Diálogos da Transição

Geração distribuída alcança 12 GW no Brasil

Minas Gerais lidera o ranking dos estados, com quase 2 GW de potência instalada

Geração distribuída alcança 12 GW no Brasil
Nos primeiros sete meses do ano, foram adicionados 2,9 GW de geração distribuída (Foto: Soninha Vill/GIZ)

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Editada por Nayara Machado
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A série de debates dos Diálogos da Transição está de volta, de 29/8 a 2/9
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A geração distribuída alcançou em julho 12,2 GW de potência instalada no Brasil, dos quais 11,9 GW são de instalações fotovoltaicas, de acordo com dados da Aneel. Minas Gerais lidera o ranking dos estados, com quase 2 GW de potência instalada, seguido por São Paulo (1,6 GW) e Rio Grande do Sul (1,4 GW).

Nos primeiros sete meses do ano, foram adicionados 2,9 GW de geração distribuída, com mais de 316 mil novas instalações fotovoltaicas, além de 19 usinas termelétricas e quatro eólicas, totalizando 316.159 conexões em 2022.

Entre as regiões com maior quantidade anual de conexões, o Sudeste lidera o ranking, com 124.739; em seguida vem o Nordeste com 75.966 conexões anuais; o Sul, com 50.798 e, por último, o Norte, com 21.636.

Com o avanço no cenário da GD, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projeta, até 2031, um acréscimo de quase três milhões de novos consumidores no Brasil.

Enquanto a capacidade instalada acumulada deve alcançar 37.218 MWp, mantendo a tendência de maior participação da energia fotovoltaica, com 91% do mercado.

Para este ano, associações do setor esperam que as novas conexões adicionem pelo menos 8 GW de potência e chegar a 15 GW até o final de 2022.

otimismo em relação ao setor tem pelo menos três motivações de fundo: a crise hídrica, que já no ano passado aqueceu a procura pela geração própria de energia; a aprovação do marco da mini e micro geração distribuída; e os efeitos da guerra na Ucrânia sobre o preço da energia e a inflação global.

No Rio de Janeiro, por exemplo, o número de sistemas de energia solar instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos dobrou no estado do Rio de Janeiro entre maio de 2021 e maio de 2022, mostra um mapeamento realizado pela Win, empresa distribuidora de equipamentos fotovoltaicos.

O estado é o 9° em potência instalada no Brasil, com 492 MW de GD, dos quais 472 MW são de paineis solares. Segundo o levantamento da Win, o volume de conexões da geração própria de energia, a partir de fonte solar, saltou de 27 mil para 57 mil em um ano. Um crescimento de 114%.

E segue uma tendência mundial.

Levantamento da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) mostra que a geração distribuída de fonte fotovoltaica somou 167 gigawatts de adição global entre 2019 e 2021. Para 2022, a expectativa é adicionar mais 59 GW.

Do total adicionado nos últimos anos, 87 GW foram projetos comerciais/industriais e 80 GW de instalações residenciais, com quase 64% da nova capacidade instalada na China, Europa e Estados Unidos.

Em 2022, o cenário se mantém: 65% dos 59 GW projetados para este ano serão instalados na China, Europa e Estados Unidos.

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Expansão elétrica

Expansão da potência instalada no Brasil em julho é de 708,78 MW, mostra a Aneel. Desse total, quase a metade (47%) é decorrente da entrada em operação comercial de usinas solares fotovoltaicas, com total de 330,51 MW. As usinas eólicas que começaram a operar comercialmente em julho totalizam 184,12 MW; as termelétricas, 145,85 MW; as hidrelétricas, 47,3 MW; e uma central geradora hidrelétrica registrou a entrada de 1 MW.

A expansão verificada em 2022, até julho, foi de 3.124 MW, com novos empreendimentos em 16 estados das cinco regiões brasileiras. Os estados com maior expansão na capacidade de geração elétrica são, em ordem decrescente, Bahia (556,02 MW), Rio Grande do Norte (521,14 MW) e Minas Gerais (456,05 MW).

Hidrogênio para o Nordeste

Enquanto as negociações de projetos para desenvolver a cadeia de hidrogênio verde (H2V) avançam no Brasil, a legislação ainda precisa ser consolidada para dar segurança aos investimentos, disse na quinta (4/8) o deputado Danilo Forte (União/CE).

O parlamentar discursou no último dia do Fiec Summit, encontro organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) para empresários e investidores do setor de energia.

“A legislação brasileira precisa ser agilizada do ponto de vista de não mais incentivar, mas consolidar esse novo momento que a energia vive no Nordeste. Temos a oportunidade de diminuir as desigualdades regionais no Brasil com as energias eólicas e solar”, afirmou.

Danilo Forte reforçou que o setor não busca benefício nem subsídio, mas sim igualdade de competitividade entre os setores. E que a transição tem levado a uma “transformação econômica profunda por onde tem passado”. Leia na epbr

AES negocia créditos de carbono

AES Brasil quer comercializar mais 2,8 milhões de créditos de carbono com eólica e solar. Pela primeira vez, a empresa negociou 465.807 créditos de carbono, oriundos dos empreendimentos Mandacaru e Salinas, que geram eletricidade a partir do vento em Pernambuco.

A comercialização rendeu aproximadamente R$ 12 milhões de receita expressa no terceiro trimestre de 2022.

Lufthansa e Shell firmam acordo para SAF

As companhias pretendem firmar um contrato para um volume total de fornecimento de até 1,8 milhão de toneladas de combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês) a partir de 2024, por um período de sete anos. É o maior compromisso relacionado a SAF de ambas as empresas até o momento.

Em nota, a Lufthansa afirma que a cooperação permitiria ao grupo promover maior disponibilidade e alavancar o crescimento do mercado do combustível que está no topo da lista das aéreas como solução de descarbonização.

Artigos da semana

— O aço da vez: a siderurgia brasileira como alavanca do desenvolvimento sustentável No Brasil, os caminhos são o uso do carvão vegetal e do hidrogênio verde para a descarbonização e produção do aço verde, escrevem Camilla Oliveira, Marina Azevedo e Philipp Hauser

— Diálogo: o disjuntor acionado pelos consumidores Luta desorganizada e baixa representatividade dos consumidores de energia resultam de um modelo arcaico, de repasse de custos à sociedade, escreve o colunista Fernando Teixeirense

— Eletrificação: poluindo mais para poluir menos – parte 2, painéis solares Geração renovável não significa carbono zero no ciclo de vida dos materiais, escreve o colunista Marcelo Gauto

— Menos royalties, mais gasodutos Aurélio Amaral e Erick Diniz escrevem como tarifa de transporte de curta distância e redução de royalties podem estimular investimentos em escoamento de gás

Uma mensagem do Programa PotencializEE:

Veja como o PotencializEE vai ajudar mais de 5.000 indústrias brasileiras a realizarem mais de mil diagnósticos energéticos e apoiar na implementação de 425 projetos, até 2024. Saiba mais