Bioeconomia

Geração de energia elétrica a partir de biomassa cresceu 4% em 2023

Fonte foi a terceira maior fornecedora de eletricidade para o SIN, com 53,854 TWh, de acordo com EPE

Geração de energia elétrica a partir de usinas termelétricas alimentadas por biomassa cresceu 4% em 2023, e alcançou 53,854 TWh. Na imagem: Tratores em operação em lavoura de cana-de-açúcar (Foto: Kathryn Bowman/Pixabay)
Tratores em operação em lavoura de cana-de-açúcar (Foto: Kathryn Bowman/Pixabay)

BRASÍLIA – A geração de eletricidade a partir de usinas termelétricas alimentadas por biomassa cresceu 4% em 2023, em relação a 2022, e alcançou 53,854 TWh, de acordo com o Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2024 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A fonte é a terceira maior fornecedora de energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN), atrás das hidrelétricas (425,996 TWh) e das turbinas eólicas (95.801 TWh). A solar fotovoltaica ficou logo atrás, em quarto lugar, com 50.633 TWh.

No ano passado, a geração de energia com resíduos como bagaço de cana, lenha e lixívia superou, pela segunda vez consecutiva, o gás natural, que em 2023 registrou contribuição de 38.589 TWh para a matriz.

Nuclear (14.504 TWh), Carvão (8.770 TWh), Outras fontes (13.932 TWh) e Derivados de Petróleo (6.041 TWh) completam o mix.

Cogen defende negociação de excedentes no mercado livre

Em junho de 2024, considerando todas as fontes, o Brasil registrou 20,9 GW de capacidade instalada de cogeração em operação comercial, o que representa 10,3% da geração centralizada no país, aponta a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen).

Em maio entraram em operação comercial 135 MW de bagaço de cana dos empreendimentos São José, Barra Grande 2 e São Martinho Bioenergia, bem como 8,14 MW de óleos vegetais da BBF Baliza e 26 MW de resíduos de madeira da Inpasa Dourados.

A associação tem defendido ajustes na regulação para permitir que as usinas de açúcar e etanol possam negociar os excedentes da cogeração, acima da garantia física, no ambiente de contratação livre (ACL), uma vez que essa indústria já comercializa mais de 2/3 de sua energia no mercado livre.

“[A comercialização dos excedentes] hoje é limitada pela portaria 564 de 2014 do Ministério de Minas e Energia. Essa limitação desestimula o aumento da produção, uma vez que as usinas que excedam sua garantia física ficam limitadas a liquidar esse excedente de energia ao Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) e, em função da significativa judicialização do setor, a maioria delas acaba levando muitos anos para receber os valores devidos pela oferta dessa energia excedente”, explica o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte.

Entre janeiro e abril de 2024, a exportação para o SIN de energia elétrica a partir de biomassas totalizou 4.803 GWh, ficando 17% superior ao mesmo período de 2023.

As biomassas registram 17,4 GW de capacidade instalada de cogeração, dos quais 12,6 GW de bagaço de cana e 4,8 GW de outras fontes, principalmente licor negro e resíduos de madeira. Isso representa 60,3% de toda a cogeração existente no país, aponta a associação, indicando que há ainda 1,6 GW para entrar em operação comercial até 2026.