Combustíveis e Bioenergia

Gasolina volta a ser vilã da inflação

Principal fator de pressão sobre o IPCA em março, preço do derivado tende a se manter pressionado nos próximos meses. Para o diesel, falta infraestrutura

Gasolina volta a ser vilã da inflação. Na imagem: Mão de frentista branco segura bomba na cor vermelha durante abastecimento de carro flex, gasolina ou álcool (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)
Abastecimento de carro flex, gasolina ou álcool (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

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Você vai ver aqui: gasolina fica mais cara e pesa no IPCA; pressão externa e alta de impostos preocupa para o segundo semestre. Para o diesel, falta infraestrutura. Deputados entram em choque com diretor da Aneel. Privatização da Copel avança. Quer receber primeiro, por email? Assine gratuitamente aqui.

Principal fator de pressão sobre a inflação em março, o preço da gasolina tende a se manter pressionado nos próximos meses — o que realimenta as expectativas em torno do futuro da política de preços dos combustíveis da Petrobras.

— O IPCA subiu 0,71% em março, informou nesta terça-feira (11/4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A gasolina subiu 8,33% no mês e teve impacto individual de 0,39 ponto percentual no índice da inflação.

— Os preços do combustível subiram impactados pela volta, ainda que parcial, dos impostos federais, que subiram de zero para 47 centavos por litro em março, até 30 de junho de 2023. (g1)

— O preço da gasolina começou o mês novamente em alta, nas bombas: na primeira semana de abril, o derivado ficou, na média, 0,36% mais caro em relação à última semana de março. É comercializado, nos postos, a R$ 5,50 o litro, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). (g1)

— Daqui para frente, o preço da gasolina tende a sofrer pressão de ao menos três frentes: a alta dos preços internacionais do petróleo; a reforma do ICMS estadual, a partir de junho; e a reoneração completa dos impostos federais, em julho.

Do lado da tributação, a previsão é que em junho comece a valer a nova alíquota fixa (ad rem) do ICMS da gasolina, de R$ 1,22 por litro — patamar mais elevado que a alíquota praticada hoje na maioria dos estados.

E o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já garantiu que o governo pretende cumprir o que está previsto na MP 1163 e elevar os impostos federais da gasolina e do etanol hidratado em julho. (epbr)

E do lado dos preços, a Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA) elevou suas previsões de preço do Brent para 2023 em 2,5%, para US$ 85 o barril.

— Citou a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de cortar a produção em 1,6 milhão de barris/dia. Após a divulgação das novas projeções da EIA, o barril fechou o dia com alta de 1,7%, a US$ 85,61. (Valor)

A Petrobras opera com defasagem em relação ao preço de paridade de importação (PPI). De acordo com a Abicom (importadores), o PPI acumula aumento de 15 centavos o litro desde o último reajuste nos preços da petroleira, em 1º de março. A defasagem média da companhia era, ontem, de 22 centavos o litro.

— O futuro da política de preços da Petrobras é objeto de desencontros dentro do governo. Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a petroleira foi orientada pelo governo a trabalhar com o que ele está chamando de preço de competitividade interna.

Na sequência, Haddad e Lula negaram que já tenha sido apresentada uma proposta concreta para acabar com o PPI. (epbr)

Para o diesel, falta infraestrutura. Governo precisará, com senso de urgência, definir políticas públicas para reduzir a dependência do diesel, mas, ao mesmo tempo, dar sinais claros ao mercado para atrair novos investimentos em infraestrutura de importação e refino.

— Para especialistas, biocombustíveis, novas rotas tecnológicas do biorrefino e conversão de veículos pesados para gás e biometano são todos bem-vindos. Mas a substituição de parte do consumo de diesel tem limites e o país terá de buscar soluções para gargalos logísticos, para que não enfrente, ao fim da década, riscos de desabastecimento.

Objetivo da Lei do Gás de Alagoas é promover livre mercado, diz governador Paulo Dantas (MDB) que encaminhou este ano à Assembleia Legislativa um projeto de lei regulamentando o mercado de gás no estado. Alagoas é um dos poucos estados que ainda não contam com regulamentação sobre o mercado livre.

Hungria fecha acordo de acesso a gás russo, na contramão da UE Ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, disse que a estatal russa Gazprom concordou em permitir que a Hungria, se necessário, importe volumes de gás natural além dos acordados em contrato de longo prazo que foi alterado no ano passado. (AP)

Deputados entram em choque com diretor da Aneel A Câmara aprovou o requerimento de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo 65/23, de Beto Pereira (PSDB/MS), que susta trechos de resolução da agência sobre a micro e minigeração distribuída. Medida ocorre após o diretor Hélvio Guerra ter dito que “o Congresso Nacional é movido por lobbies”. Líderes discutiram acionar o diretor na Justiça (Agência Câmara de Notícias)

Light entra com pedido liminar para suspender cobrança de dívidas Na ação cautelar, empresa alega que a medida é a mais apropriada neste momento para permitir a readequação dos pagamentos. Companhia tem R$ 450 milhões em vencimentos no dia 15 e cerca de R$ 3 bilhões até o fim do ano. (Valor)

— A Aneel reforçou que a concessionária “tem atendido os critérios mínimos de eficiência na gestão econômico-financeira”. Mas dessa vez, reconheceu haver preocupação com a saúde financeira da companhia. (Valor)

— O desequilíbrio da concessão da Light tem como pano de fundo o aumento das perdas não técnicas — o furto de energia.

No último episódio do antessala epbr, o ex-diretor da Aneel, Edvaldo Santana, e o presidente da Abradee (distribuidoras), Marcos Madureira, debatem com a agência epbr as possíveis saídas para o problema. Para Santana, o “setor elétrico está sendo derrotado pelo furto de energia” — que, na sua visão, “talvez seja o problema mais relevante” do setor. Veja e reveja!

Privatização da Copel avança Portaria dos ministérios de Minas e Energia e da Fazenda fixou em R$ 3,72 bilhões o valor do pagamento a título de bônus de outorga para renovar as concessões das hidrelétricas Salto Caxias, Segredo e Foz do Areia — que compõem parte relevante do parque gerador da companhia.

— Também esta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, sancionou acordo firmado entre o estado do Paraná e o Itaú para o pagamento de uma dívida do Paraná com o banco, para encerrar uma longa disputa judicial que era apontado por parlamentares da oposição como um empecilho à tentativa do governo estadual de levar adiante a desestatização da Copel. (Infomoney)

Orizon VR compra fatia em centro de tratamento de resíduos em MG Empresa adquiriu, por R$ 25 milhões, 50% do Centro de Tratamentos de Resíduos Sólidos Santa Luzia — titular de um aterro sanitário situado na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Estratégia da companhia é ampliar, nos ativos comprados, o volume de resíduos sob gestão, para exploração de negócios como biogás, créditos de carbono, energia elétrica e biometano.

BP entra em projeto de captura de carbono no Reino Unido As petroleiras Harbour Energy e bp vão desenvolver o projeto de transporte e armazenamento de carbono no projeto Viking CCS, no Mar do Norte, com potencial para atingir um terço da meta nacional de captura e armazenamento de até 30 milhões de toneladas de CO2/ ano até 2030. (epbr)

Ford vai investir US$ 1,34 bi para reequipar fábrica de veículos elétricos no Canadá Plano é transformar a fábrica já existente Oakville Assembly Complex num hub de manufatura de veículos elétricos. Meta da montadora é atingir a marca de produção global de 2 milhões de veículos elétricos por ano até o fim de 2026. (Estadão)

Mudança climática é desafio crítico para o FMI A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, reconhece que a lacuna de financiamento climático é “particularmente grande”, especialmente em países emergentes e vulneráveis, e que os governos não serão capazes de mobilizá-los sozinhos.

— O assunto é, segundo ela, um dos desafios macroeconômicos mais críticos para os membros da organização — criada em 1945 para ajudar na reconstrução pós-Segunda Guerra Mundial. (epbr)

Reveja, no antessala epbr, a discussão sobre Como garantir combustíveis mais acessíveis e sustentáveis