Combustíveis e Bioenergia

Gasolina mais barata ainda não se converte em eleitores para Bolsonaro

Pesquisa revela que maioria da população já percebe queda do preço, mas intenção de votos do presidente oscila dentro da margem de erro

Gasolina mais barata ainda não se converte em eleitores para Bolsonaro [na foto]
Nos momentos de alta dos preços, Bolsonaro vinha sendo apontado pela opinião pública como o principal culpado pela inflação (Foto: Marcos Corrêa/PR)

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Editada por André Ramalho
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Você vai ver aqui: Gasolina já acumula queda de 20% nas bombas, em quatro semanas, mas combustível mais barato ainda não se converte em intenções de voto para Bolsonaro. Presidente diz que Petrobras fará novas reduções nos preços dos derivados. Rússia toma fatia do petróleo brasileiro na Ásia. E Europa vai atrás de gás nigeriano, para reduzir dependência dos russos. Distribuidoras de energia pedem compensação por perdas com pandemia. E mais. Confira:

Gasolina mais barata ainda não se converteu em votos para Bolsonaro A nova pesquisa BTG Pactual/FSB, divulgada nesta segunda-feira (25/7), revela que a maioria da população brasileira já percebe a queda do preço nos postos das últimas semanas. Mas a conversão de eleitores ainda não ocorreu.

— O presidente Jair Bolsonaro (PL) é o principal responsável pela redução dos preços para 38% dos entrevistados — à frente da Petrobras (20%), dos governos estaduais (15%) e do Congresso Nacional (12%) nesse quesito. Nos momentos de alta dos preços, Bolsonaro vinha sendo apontado pela opinião pública como o principal culpado pela inflação.

— “Embora parte da opinião pública reconheça no governo federal a assinatura da medida [de redução dos preços dos combustíveis], a conversão em novos eleitores para Bolsonaro ainda não ocorreu. A explicação para isso pode estar na rejeição do presidente, que se mantém alta e estável”, explica o diretor do FSB Pesquisa, André Jácomo.

— A pesquisa eleitoral BTG/FSB mostra Lula (PT) à frente no primeiro turno, com 44% das intenções de voto, ante 41% do levantamento anterior (11/07). Já Bolsonaro caiu de 32% para 31%, dentro da margem de erro (de 2 p.p.). No segundo turno, Lula tem 54% das intenções de voto e Bolsonaro, 36%.

— Para 54% dos entrevistados, os preços estão um pouco (44%) ou muito menores (10%), enquanto 38% dizem que os combustíveis estão um pouco (11%) ou muito maiores (27%).

Gasolina abaixo dos R$ 6. Diesel se mantém estável De acordo com o levantamento da ANP, o preço médio do litro da gasolina nas bombas caiu 3% na semana passada, para R$ 5,89 — o menor patamar desde agosto de 2021.

— Em quatro semanas, a redução acumulada chega a 20%. A baixa é efeito das leis complementares 192 (monofasia) e 194 (teto do ICMS); e da redução da base de cálculo do ICMS pelos estados, após decisão monocrática do ministro do STF, André Mendonça.

— Os efeitos das novas leis também são sentidos nos preços do etanol hidratado, que recuaram 2% na semana passada, para R$ 4,32 — o menor patamar desde julho de 2021.

— Já o diesel, cujas alíquotas de ICMS cobradas pelos estados já se situavam, em sua maioria, abaixo dos 18% do teto, caiu apenas 0,5%, de R$ 7,48 para R$ 7,44. g1

Mais uma queda nos preços da Petrobras? Bolsonaro afirmou na sexta-feira (22/7) que a estatal “certamente” vai anunciar uma nova redução nos preços dos combustíveis. Bolsonaro disse que o corte de R$ 0,20 promovido pela empresa na semana passada no litro da gasolina só foi possível por causa da troca no comando da petroleira — presidida há quase um mês por Caio Paes de Andrade. Estadão

— Segundo a Abicom, que representa os importadores, o preço do litro do diesel praticado pela Petrobras estava, no fechamento do mercado de sexta-feira (22/7), 29 centavos acima do preço de paridade de importação (PPI). Já a gasolina estava praticamente em linha com o mercado internacional. 

Mas o petróleo abre o dia em alta O Brent registrava alta de 1,49%, cotado a US$ 104,74, às 7h15 desta segunda-feira (25/7). No acumulado da semana passada, a valorização do petróleo foi de 2,18% [Valor]. Já o dólar atingiu máximas anuais e fechou a semana passada com alta acumulada de 1,72%, a R$ 5,4977. Valor

Rússia toma fatia do petróleo brasileiro no mercado asiático… Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, no primeiro semestre, as importações da China caíram 36%, na comparação anual, enquanto a Índia comprou 53% menos. É um efeito da guerra da Ucrânia, já que os dois países não aderiram às sanções impostas à Rússia pelos EUA e União Europeia e aumentaram a compra de óleo russo — vendido com descontos.

— Sem revelar números, a Petrobras confirma a queda da venda para a Ásia, mas argumenta que está vendendo mais petróleo para Europa e EUA. Também alega que a queda nas exportações reflete o aumento do refino no Brasil.

— A S&P Global, por sua vez, ressalva que a demanda europeia pela produção brasileira é insuficiente para compensar a queda das vendas aos países asiáticos. Valor

— A presidente do banco central da Rússia, Elvira Nabiullina, disse que país não vai vender petróleo a quem impuser teto de preços ao óleo russo — como proposto pelos EUA. Reuters

UE quer mais gás da Nigéria no lugar do insumo russo… A União Europeia importa 14% de seu suprimento de gás natural liquefeito (GNL) do país africano, e segundo o vice-diretor-geral do Departamento de Energia da Comissão Europeia, Matthew Baldwin, há potencial para mais que dobrar esse percentual. Reuters

… E Alemanha socorre empresa de gás O governo alemão vai assumir quase 30% da Uniper — maior importadora de gás russo do país e que pediu socorro financeiro. Estadão

Agentes da indústria de gás se unem para monitorar leis estaduais O trabalho será feito conjuntamente pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), a Associação Brasileira Produtores Independentes de Petróleo (Abpip) e o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP). O objetivo é criar um ranking para monitorar os avanços das regulações estaduais sobre a abertura do mercado de gás.

Distribuidoras de energia pedem compensação por perdas com pandemia A Aneel abriu processo para analisar se concede um aumento extraordinário nas tarifas de Neoenergia Pernambuco, Coelba (BA), Cosern (RN), Copel (PR), Enel Rio de Janeiro (RJ), Light (RJ) e Neoenergia Brasília (DF). As empresas alegam perda de faturamento por redução de mercado e aumento da inadimplência dos consumidores durante pandemia. g1

Eneva de olho no leilão de energia de setembro Empresa quer negociar até 1 GW de novas termelétricas na região Norte no leilão de reserva de capacidade. A licitação contratará 2 GW dos 8 GW termelétricos de implantação compulsória, conforme a lei da privatização da Eletrobras. Valor

Desligamento de térmicas reduz emissões O desligamento de 15 termelétricas no Acre, no Pará e Rondônia evitou, de 2019 até julho deste ano, a emissão de mais de 331 mil toneladas de gases de efeito estufa (GEE), segundo o Grupo Energisa. A meta da empresa é desativar 20 usinas até 2025, num investimento de R$ 1,2 bilhão. Folha de S. Paulo

Sai gás natural, entra carvão Os altos preços do gás e restrições de oferta estão fazendo a fonte ser substituída por carvão, mais poluente, na geração de energia, mostra levantamento da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).

Geração distribuída em pauta O Ministério de Minas e Energia (MME) recebeu 32 contribuições do setor elétrico e sociedade civil na consulta pública que deve servir como base para definir os cálculos de valoração da GD no Brasil. É um desdobramento da lei 14.300/2022, sancionada em janeiro, que retira subsídios para a geração própria.

Mudança no RenovaBio compromete mercado de carbono Para produtores de biodiesel e de etanol, o decreto que ampliou o prazo para que as distribuidoras de combustíveis comprovem suas metas individuais no RenovaBio é um “retrocesso” e compromete o mercado nacional de carbono.

— Na semana passada, Bolsonaro flexibilizou os prazos do RenovaBio, ao ampliar, para 30 de setembro de 2023, a data para que as distribuidoras comprovem o cumprimento de suas metas de descarbonização para 2022.

Hidrogênio e amônia verdes na Bahia A Unigel vai investir US$ 120 milhões em uma fábrica de hidrogênio verde em Camaçari (BA), ao lado do polo petroquímico local. A unidade terá capacidade para produção de 10 mil toneladas/ano de H2V e conversão em 60 mil de amônia. O início da produção está previsto para o fim de 2023. Valor

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