RIO — O Conselho de Desenvolvimento Industrial de Sergipe, vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia (Sedetec), aprovou um incentivo fiscal para construção do gasoduto que ligará o terminal de regaseificação da Eneva, em Barra dos Coqueiros, à malha da Transportadora Associada de Gás (TAG).
O objetivo da medida, segundo o governo sergipano, é reduzir os custos da obra e, assim, aumentar a competitividade da tarifa de transporte.
O gasoduto, de 25 km, passará pelos municípios de Barra dos Coqueiros, Santo Amaro das Brotas e Rosário do Catete. A previsão é que o empreendimento comece a operar até abril de 2024.
O CDI aprovou, na semana passada, o enquadramento do projeto no Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial. A medida prevê o diferimento do ICMS nas importações de máquinas e equipamentos e também o diferimento do diferencial de alíquota nas aquisições interestaduais dos bens de capitais.
Em nota, o governo estadual informou que o benefício fiscal vale para a aquisição da tubulação do gasoduto. Ao todo, foram fabricados cerca de 2,4 mil tubos em aço carbono de liga especial.
O governo de Sergipe justifica que a obra permitirá aumentar a comercialização do gás importado pelo terminal de Barra dos Coqueiros.
Eneva quer compor mix
A interligação permitirá que o gás importado pela Eneva seja injetado na rede de gasodutos e possa ser retirado em qualquer outro ponto da malha nacional. A obra é importante para as pretensões da companhia de se consolidar como uma comercializadora de gás natural.
O navio regaseificador da New Fortress Energy ficará afretado à Eneva até 2044. Da capacidade total da planta, de 21 milhões de m³/dia, há uma capacidade ociosa, hoje, da ordem de 15 milhões de m³/dia, para desenvolvimento de novos negócios.
A Eneva acredita que a compra da Celse permitirá à empresa compor um mix de gás nacional e importado, de diferentes origens e preços, e assim alavancar os planos da companhia de se consolidar como uma comercializadora de gás natural.
O diretor de novos negócios, marketing e comercialização de gás e energia da Eneva, Marcelo Lopes, afirmou, no ano passado, que o GNL importado em Sergipe guarda sinergia com o polo Bahia Terra — conjunto de campos maduros colocados à venda pela estatal nas bacias do Recôncavo e Tucano e que desperta o interesse da Eneva. A empresa apresentou uma oferta pelo ativo em consórcio com a PetroReconcavo.