A Potiguar E&P. subsidiária da Petrorecôncavo, venceu a chamada pública para fornecimento de gás natural realizada pela Potigás, distribuidora de gás que atende ao Rio Grande do Norte. A empresa vai arrematar contrato de dois anos para entrega de 236 mil m³/dia de gás natural a partir de janeiro de 2022.
A empresa disputava a concorrência com a Compass, subsidiária de comercialização de gás e geração de energia de energia do grupo Cosan, que controla a Comgás (SP), maior distribuidora do país, e que assinou com a Petrobras contrato de compra de 51% de participação na Gaspetro, por R$ 2,03 bilhões.
Foi a primeira chamada pública realizada por uma distribuidora sem a participação da Petrobras.
A Potigás aponta uma redução de 35% no preço do gás natural com a contratação, em relação ao preço praticado no contrato atual com a Petrobras. E estima que, se o contrato já estivesse em vigor, o preço do GNV para o consumidor teria redução de R$ 0,65/por m³ na bomba.
“A partir de janeiro de 2022 veremos o Novo Mercado de Gás operacional no Rio Grande do Norte”, comenta a presidente da Potigás, Larissa Dantas.
O acesso à UPGN da Petrobras em Guamaré, também previsto para janeiro de 2022, é fundamental para o serviço. A partir da UPGN, o gás precisa ser transportado pela malha da TAG, comprada em 2019 pela Engie e pelo fundo CDPQ.
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Em junho de 2020, o presidente da Potiguar E&P, Marcelo Magalhães, afirmou em entrevista transmitida ao vivo pela epbr, que os campos da empresa no Rio Grande do Norte têm potencial para entregar cerca de 300 mil m³/dia de gás natural.
O mercado de distribuição do Rio Grande do Norte está em cerca de 200 mil m³/dia este ano e atingiu 318 mil m³/dia em 2018, maior demanda em anos recentes.
A Potigás tem 460 km de rede e atende a mais de 30 mil clientes na Grande Natal e Mossoró.
Para aprofundar:
- Potigás busca fornecedor de gás natural para suprimento imediato
- Gás natural fica 10% mais barato no Rio Grande do Norte
Primeiro desinvestimento onshore
A Potiguar E&P concluiu, em dezembro de 2019, a compra de 34 campos em terra reunidos no Polo Riacho Forquilha, que produziam em média 4,8 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2019. De lá para cá, a empresa já aumentou em 56%, dados de junho, a produção dos ativos.
A produção de gás cresceu 92% nos últimos doze meses, passando de 1.019 boed para 1.956 boed.
Novo supridor também em Santa Catarina
Em Santa Catarina, o governo do estado anunciou contrato de cinco anos com a New Fortress Energy para o suprimento de 150 mil m³/dia para a SCGás, a partir de março de 2022. O gás será transportado via GNL rodoviário.
“A conclusão deste processo de chamada pública irá nos ajudar a ampliar e diversificar o fornecimento e o número de clientes atendidos pelo gás natural no Sul de Santa Catarina, região que tem uma grande quantidade de indústrias, principalmente do segmento cerâmico”, explica Willian Anderson Lehmkuhl, diretor-presidente da SCGÁS.
“Além disso, desde que superada a limitação do gasoduto neste trecho, poderemos remanejar a planta de regaseificação para qualquer outra região do estado, para implantação de rede isolada”, conclui.
Em maio, a NFE obteve licença de instalação do órgão ambiental de Santa Catarina para seu projeto de um terminal de GNL que promete ser um ponto crítico de suprimento de energia alternativa para a região Sul do Brasil, informou a companhia.
O terminal será construído a 300 metros da costa, no município de São Francisco do Sul, e escoará o gás por um gasoduto submarino que corre sob a Baía da Babitonga até sua margem norte, na cidade de Itapoá.