Gás Natural

Petrobras tem condições de reduzir preço do gás de imediato, diz ministro

“Entendo que a política do presidente Lula quer uma empresa forte, perene, que de lucro aos acionistas mas que não perca no horizonte seu papel social"

Petrobras tem condições de reduzir preço do gás de imediato, diz ministro. Na imagem: Ministro do MME, Alexandre Silveira, na CME (Comissão de Minas e Energia) na Câmara, em maio de 2023 (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Ministro do MME, Alexandre Silveira, na CME (Comissão de Minas e Energia) na Câmara, em maio de 2023 (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

RIO – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), voltou a afirmar que o gás natural precisa chegar a um preço mais competitivo ao mercado. “Entendo que é possível que esse gás chegue em maior quantidade e de imediato em menor preço”, afirmou.

Nesse contexto, ele citou o fechamento das fábricas de fertilizantes da Unigel na Bahia e em Sergipe. “São mais de dois mil empregos perdidos por falta de um prego competitivo do gás”, reforçou.

Ele criticou a alta reinjeção de gás nos reservatórios brasileiros. Segundo dados citados por Silveira, a reinjeção média no Brasil está em 44,6% ante 12,5% nos Estados Unidos, 23,9% na África e 24,7% na Europa. “Se não tiver uma explicação e até agora não me conseguiram mostrá-la, a reinjeção é totalmente desproporcional”, afirmou.

O ministro disse ainda que o tema precisa ser debatido não apenas com a Petrobras, como também com as outras empresas do setor. Ao citar a Petrobras, entretanto, Silveira voltou a destacar que a estatal tem um papel social a cumprir. “Temos que reconhecer que o governo é o controlador”, disse.

“Entendo que a política do presidente Lula quer uma empresa forte, perene, que de lucro aos acionistas mas que não perca no horizonte seu papel social, que é por exemplo estimular a produção de gás, modernizar UPGNs, ampliar as rotas de escoamento de gás”, acrescentou.

Esta semana, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que toda a produção comercialmente viável de gás da companhia está sendo entregue ao mercado. “Petrobras não sonega gás natural”, afirmou o executivo.

Silveira pediu para que o debate não seja personalizado entre ele e o presidente da Petrobras, mas ressalvou que a prioridade é o cumprimento da política pública.

“Entre agradar o Jean Paul e cumprir o compromisso do governo com a sociedade brasileira, de gerar emprego e combater desigualdade, prefiro que ele feche a cara mas que nós possamos lograr êxito na política pública”, concluiu.