Gás natural

Petrobras deve apresentar plano de desenvolvimento do Sergipe Águas Profundas até o final de abril

Primeiro plano foi rejeitado pela ANP por falta de informações sobre FPSOs, que ainda não foram licitados

Mercado livre de gás natural está ganhando tração com diversificação de supridores, afirma Álvaro Tupiassu, gerente executivo de Gás e Energia da Petrobras, em entrevista ao estúdio eixos durante a ROG.e no Rio, em 23/9/2024 (Foto Vitor Curi/eixos)
Gerente executivo de Gás e Energia da Petrobras, Álvaro Tupiassu, em entrevista ao estúdio eixos, na Rio Oil & Gas & Energy (ROG.e) 2024 | Foto Vitor Curi/eixos

LYON (FR) — A Petrobras deve apresentar até o final de abril o plano de desenvolvimento do projeto de águas ultra profundas para produzir óleo e gás em Sergipe, o Sergipe Águas Profundas (Seap), disse o gerente-executivo de Gás e Energia da estatal, Álvaro Tupiassu, durante reunião da Câmara Técnica de Petróleo e Gás (CTGás) da Associação Brasileira de Agências Reguladoras (Abar), na quinta-feira (27/3).

O estado de Sergipe é considerado a principal nova fronteira de produção de gás do país e a exploração poderia marcar a chegada do gás de águas profundas ao nordeste. O projeto prevê a exportação de até 18 milhões de m³/d de gás natural a partir da construção de um gasoduto de escoamento até a costa, além da produção de 240 mil barris/dia de petróleo, por meio de duas plataformas flutuantes (FPSOs).

Em dezembro do ano passado, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) reprovou o primeiro plano de desenvolvimento apresentado pela estatal. A principal questão foi a ausência de informações sobre os FPSOs, que ainda não foram licitados.

Outros motivos que levaram a ANP a rejeitar o plano de desenvolvimento incluem violação de dispositivo legal acerca da demarcação de fronteiras e campos, projetos com escopo pouco maduro ainda para serem avaliados, e volumes de petróleo e gás classificados como recursos contingentes, isto é, que não são economicamente viáveis.

A Petrobras está, há três anos, tentando contratar as duas plataformas. Após prorrogar o prazo três vezes, sem sucesso, em 2024, a empresa desistiu da licitação e montou um grupo de trabalho para elaborar uma nova licitação. 

O novo edital terá a contratação das plataformas no modelo build, operate and transfer (BOT), no qual a contratada é responsável pelo projeto, construção, montagem e operação do ativo por um tempo inicial definido em contrato.

De acordo com Tupiassu, a próxima licitação deve ocorrer em junho. Os atrasos no projeto levaram ao adiamento da entrada em operação para 2030, antes prevista para 2028.

Segundo o gerente da Petrobras, a decisão final sobre a economicidade do projeto deve ser tomada até o fim de 2025. 

“Nós sempre temos defendido uma visão de buscar ter uma estabilidade regulatória para que não haja esses riscos e o projeto se torne viável. (…) Acreditamos bastante que ele vai ter êxito, porque as bases intrínsecas deles são positivas. Só é necessário que agora em junho nós tenhamos propostas válidas na licitação”, afirmou.

A Petrobras tem manifestado preocupações sobre os impactos nesse projeto das iniciativas de desconcentração no mercado de gás, o chamado “gas release”. Segundo o senador Laércio Oliveira (PP/SE) , a nova proposta para o programa de desconcentração, batizada de Progás, está bem amadurecida.

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