A Petrobras anunciou nesta sexta (29/12) a assinatura com a Unigel do contrato de industrialização por encomenda (tolling) para produção de fertilizantes nas fábricas de Sergipe e da Bahia. Segundo a Unigel, o contrato vai “viabilizar a manutenção da produção de fertilizantes nitrogenados nas plantas”.
Detalhes, como prazos, volumes e valores, não foram publicados. A Petrobras é uma das fornecedoras de gás natural para as fábricas de fertilizantes que estão arrendadas para a Unigel, em contratos de 10 anos, iniciados em 2021. Na época, a Petrobras havia desistido de atuar no setor.
As plantas de fertilizante estão paralisadas desde junho. A Unigel registrou um prejuízo de R$ 1 bilhão até setembro deste ano e paralisou a produção de fertilizantes, no segmento Agro, que inclui sulfato de amônio, amônia, ureia e Arla, aditivo automotivo necessário para controle de emissão de poluentes.
Afirma que o setor petroquímico global está em crise e, no Brasil, pelo descasamento entre a queda no preço dos produtos, que não foi acompanhada pelo custo do gás natural.
“A principal medida neste sentido foi a paralisação de plantas para redução dos níveis de estoques. No mês de junho de 2023 a produção de ambas as plantas de Agro, a planta de estireno em Cubatão, a planta de poliestireno em São José dos Campos e a de acrilonitrila em Camaçari foram paralisadas. A planta de metacrilatos em Candeias estava operando em 50% da sua capacidade”, informou no balanço.
O acordo entre Petrobras e Unigel começou a ser negociado oficialmente em junho. Em agosto, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou que a companhia voltaria à produção de fertilizantes, “dentro de uma lógica atualizada e modernizada, no contexto da transição energética”.
A produção de amônia, a partir de hidrogênio com baixa emissão de carbono, ainda está em estudo, informou a companhia hoje (29).
A partir do plano de investimentos aprovado em dezembro, há previsão de retorno da operação em Araucária no Paraná, em 2024. A unidade utiliza resíduos asfálticos como matéria-prima e na gestão anterior, a Petrobras tentou arrendar a planta, sem sucesso.
E foram iniciados estudos para retomada das obras em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, mas sem uma data oficial de retorno.