Comercialização de gás

YPFB fecha seu primeiro contrato de venda direta de gás no Brasil com a Edge

Boliviana contratou capacidade no Gasbol este ano, em estreia de seu braço de comercialização de gás no mercado brasileiro

A YPFB assinou com a Edge, do grupo Cosan, o seu primeiro contrato para venda direta de gás natural boliviano no mercado brasileiro.

O acordo, celebrado no fim do ano passado, vai até o fim de 2026, segundo dados publicados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) esta semana.

A operação marca a estreia do braço de comercialização de gás da estatal boliviana no Brasil.

O volume não foi informado. Mas, ao todo, a YPFB Energia do Brasil reservou o direito de injetar 50 mil m³/dia no Gasbol, em Corumbá (MS) – a principal porta de entrada do gás boliviano no Brasil. Mais um passo no plano de entrar no segmento de comercialização. 

O movimento faz parte de um reposicionamento da estatal boliviana frente à abertura do mercado brasileiro. A companhia vem buscando aumentar a sua carteira de clientes para além da Petrobras, sua parceira histórica.

A estatal boliviana tem se aproximado, nesse contexto, de comercializadoras privadas; em paralelo, tenta desenvolver o seu próprio braço de trading.

Em novembro, a YPFB Energia do Brasil assinou um contrato de importação de gás com a própria YPFB. A companhia tem autorização da ANP para trazer, para o mercado brasileiro, 2 milhões de m³/dia da Bolívia – e outros 5 milhões de m³/dia da Argentina.

Edge diversifica carteira

Para a Edge, o acordo com a YPFB representa mais um passo dentro da montagem da carteira de suprimento da comercializadora, que tem no Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP) sua principal fonte de gás, mas que também tem recorrido à importação de gás da Bolívia e à compra de gás do pré-sal, além do biometano.

A empresa já assinou contratos para aquisição de gás de empresas como Shell, Galp, MGás e a MTGás, a distribuidora do Mato Grosso, além da Tradener.

A Edge tenta também tenta viabilizar a importação de gás argentino.

A companhia já celebrou, nesse sentido, acordos de suprimento para importar gás da Tecpetrol e Total Austral, braço de exploração e produção de óleo e gás da francesa TotalEnergies na Argentina.

Procurada, a Edge destacou que a “originação de gás natural da Bolívia reforça ainda mais o portfólio estratégico” da companhia.

BTG vende no mercado livre

Outra empresa que estreou recentemente como comercializadora de gás foi o BTG Pactual Commodities.

A companhia assinou o seu primeiro contrato no mercado livre de gás com a fabricante de materiais de construção Duratex, segundo o banco de dados da ANP.

O BTG tem contrato de aquisição de gás firme com a MGás e vem operando também em operações spot na compra e venda de gás, na montagem de sua carteira de suprimento.

Uma das comercializadoras líderes em energia elétrica do mercado brasileiro, a companhia obteve em 2024 a autorização da ANP para atuar como comercializadora e carregadora e dá os seus primeiros passos como trader de gás.

Contratou a saída de 30 mil m³/dia em São Paulo, no Gasbol, este ano.

O negócio de gás não chega a ser uma novidade para o BTG – que está presente no setor, de forma indireta, como principal acionista da Eneva.

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