Biometano

TBG propõe tarifa específica para injeção de biometano na malha de gasodutos

Diretor comercial da transportadora, Jorge Hijjar, conta planos de criação de hubs para conectar biometano na rede

O diretor comercial da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), Jorge Hijjar, defende que o produtor de biometano tenha um incentivo tarifário para injetar o gás renovável na malha de gasodutos de transporte.

Em entrevista à eixos, no 11º Fórum do Biogás, o executivo destacou que a empresa vê na conexão das plantas de biometano um novo modelo de negócios para a companhia. 

A ideia é se posicionar como um agregador de biometano a partir da criação de hubs que ajudem a viabilizar a conexão de produtores que, isoladamente, não teriam escala suficiente para se conectarem ao transporte.

Ele conta que a modelagem do negócio foi apresentada, recentemente, para aprovação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

TBG propõe tarifa especial para biometano

Segundo Hijjar, inicialmente a ideia é que a injeção se dê por meio dos contratos de conexão de acesso – modalidade em que um agente pode solicitar uma conexão de interesse específico por meio de acordo bilateral com o transportador.

“A nossa ideia inicial é essa. Mas nós estamos prontos para conversar com a ANP”. 

A gente tem que conversar com eles para ver se a ANP concorda em dar um incentivo tarifário para o produtor do biometano por uma questão de transição energética justa”, disse Hijjar.

Ele acredita que, uma vez aprovado, o projeto dos hubs demandaria três anos para ser construído. A transportadora está na fase de mapeamento da demanda. 

A princípio, segundo ele, São Paulo e Mato Grosso do Sul despontam como principais candidatos para atração de hubs. 

Acesso ao mercado nacional

Para os produtores, acessar a malha de gasodutos significa adicionar um custo (as tarifas de transporte) ao preço de seus produtos. Hijjar acredita, no entanto, que a conexão tende a ampliar as chances de negociação de preços melhores pelo gás renovável – o que compensa.

“Acreditamos que existe uma estrutura de preços que vai variar da seguinte forma: o maior preço vai ser dado pelo mercado nacional, que vai competir por essa molécula; o segundo melhor preço vai ser dado pela distribuição; e o mais barato vai ser o consumidor ali do lado [da usina]”, comentou.

“A gente entende que, ao terem [acesso a] um mercado brasileiro, eles vão ter condições de conseguir um preço melhor pelo produto… e, com isso, ficam incentivados a aumentar progressivamente a produção”, completou..

A TBG estima um volume mínimo de 150 mil m3/dia como necessário para viabilizar a conexão de um produtor de biometano – ou um conjunto deles.

“Quem vai definir o nosso projeto de forma final é o mercado”.