RIO — Sem uma definição clara sobre o novo Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), a New Fortress Energy (NFE) decidiu redirecionar o navio regaseificador FSRU Energos Winter, que estava alocado no Terminal Gás Sul (TGS), em Santa Catarina, para o Egito.
A informação foi antecipada pelo bnamericas e confirmada pela agência eixos.
A embarcação estava passando por manutenção programada, com previsão de retorno ao TGS no segundo semestre, a fim de viabilizar o suprimento dos projetos do LRCAP.
“No entanto, diante do cancelamento do LRCAP e da ausência de nova data definida para um novo leilão, a New Fortress Energy direcionou temporariamente a unidade para operação no Egito, por meio de arrendamento”, esclareceu a NFE, em nota.
A NFE acrescentou, ainda, que tão logo haja definição quanto à realização de um novo leilão, a empresa anunciará seu planejamento atualizado para o TGS – que se encontra, neste momento, parado.
A companhia fechou um acordo de cinco anos com a Egas, para instalação do Energos Winter no terminal de regaseificação de Damietta, no Egito, em agosto. Será o segundo FSRU da New Fortress no país.
Leilão de reserva é principal aposta do TGS
A New Fortress encara o LRCAP como sua principal avenida de crescimento no mercado brasileiro e vê potencial para até dobrar de tamanho no país, a depender dos resultados da licitação.
A companhia registrou 2 GW em projetos de térmicas a gás natural no leilão marcado originalmente para junho, mas que foi cancelado pelo Ministério de Minas e Energia, devido à judicialização do certame.
Além do cadastramento de projetos próprios, a NFE chegou a firmar compromissos para fornecimento de gás para projetos de terceiros da ordem de 3 GW, sobretudo a partir do TGS, conectado ao gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol).
O Terminal Gás Sul (TGS) foi inaugurado em 2024 e construído pela New Fortress sem um grande cliente âncora. O empreendimento tem no LRCAP sua principal aposta de monetização.
O MME trabalha num novo formato para retomar o LRCAP. A principal mudança encaminhada é a separação dos produtos, eliminando a competição direta entre térmicas a gás natural e usinas a óleo com planos para conversão para biocombustíveis.
A proposta tem sido encarada como uma forma de distensionar a disputa entre as térmicas a óleo e a gás e que culminou na judicialização do certame, em março.