A ExxonMobil concluiu esta semana a venda da ExxonMobil Exploration Argentina (Emea) para a Pluspetrol.
A multinacional também anunciou a alienação para a YPF, em separado, do bloco Sierra Chata – que concentra um dos maiores potenciais de gás onshore do país vizinho.
Uma das pioneiras na exploração de óleo e gás não-convencional em Vaca Muerta, a Exxon decidiu sair dos ativos para focar no shale americano e no offshore da Guiana.
A Pluspetrol passa a operar, com a aquisição da Emea, as áreas Bajo del Choique-La Invernada, Los Toldos I Sur, Los Toldos II Oeste e Pampa de las Yeguas.
Bajo del Choique-La Invernada, segundo a companhia, é um “ativo de classe mundial, com um dos melhores poços de shale oil do mundo.
Uma das três principais produtoras de gás em Vaca Muerta, a Pluspetrol mira o Brasil como um de seus mercados prioritários e destacou, em nota, que a aquisição representa um “marco transformacional” para a produção e reservas da empresa.
A entrada da companhia no mercado brasileiro se deu com a aquisição da comercializadora Gas Bridge. A Pluspetrol tem autorização do governo argentino para exportar até 2 milhões de m3/dia na modalidade interruptível para o Brasil até 2027.
O principal ativo da Pluspetrol na Argentina é o bloco La Calera, na Bacia de Neuquén. A companhia já anunciou publicamente a intenção de aumentar a produção local dos atuais 10 milhões para 15 milhões de m³/dia em 2025. E vê potencial para ampliar para até 25 milhões de m³/dia no futuro.
Pluspetrol também mira óleo
Com a aquisição da Emae, a Pluspetrol também incorporará ao seu portfólio o oleoduto Oldelval.
Na sequência da aquisição dos ativos da ExxonMobil em Vaca Muerta, a petroleira independente argentina também anunciou esta semana que executou sua opção de se tornar acionista do projeto Vaca Muerta Sur, em parceria com YPF, Pan American Energy (AE), Pampa Energía e Vista.
A parceria prevê a construção de um oleoduto de 437 km com capacidade para transportar até 550 mil barris/dia – expansível para 700 mil barris/dia.
O projeto deve entrar em operação em 2027 e permitirá que a Argentina aumente suas exportações de petróleo nos próximos anos.
Shell se une à YPF por projeto de GNL
Já a YPF comprou a participação da ExxonMobil Argentina e Qatar Energy na concessão de Sierra Chata e passou a deter 54% do ativo, em sociedade com a Pampa Energía, atual operadora do bloco.
Sierra Chata é, segundo a YPF, um dos ativos de gás de maior potencial em Vaca Muerta e contribuirá para a estratégia da estatal argentina de focar na região e fortalecer seu portfólio em gás, especialmente diante da decisão da companhia de investir no projeto de liquefação Argentina LNG, em Sierra Grande.
O projeto mira oportunidades de exportação do gás argentino no mercado global de gás natural liquefeito (GNL).
Esta semana, a YPF assinou também um acordo com a Shell para desenvolvimento do projeto. A multinacional, uma das líderes do mercado global de GNL e que também produz óleo e gás na Bacia de Neuquén, comprometeu-se a avançar com a primeira fase da planta de liquefação, com capacidade de 10 milhões de toneladas por ano.
A parceria com a Shell encerra a participação da Petronas como sócia da YPF no projeto de exportação.