RIO — Achar que a nova plataforma de comercialização de gás natural spot (curto prazo) da Bahiagás vai inibir o desenvolvimento do mercado livre na Bahia é “um grande equívoco”, disse o presidente da distribuidora baiana, Luiz Gavazza, em entrevista ao estúdio eixos durante o Bahia Oil & Gas Energy 2025.
“Criticar a Bahiagás porque o mercado livre pode ser afetado é um contrassenso. O maior mercado livre hoje no Brasil é exatamente o da Bahia… Nós consolidamos o maior mercado livre, portanto não temos, de forma alguma, nenhuma medida para inibir o mercado livre”, disse.
Gavazza se refere à presença de clientes livres no estado, como a Acelen (Refinaria de Mataripe) e a fábrica de fertilizantes de Camaçari – que deve ter suas operações retomadas este ano pela Petrobras.
Segundo ele, a Bahiagás espera avançar, nos próximos dois a três meses, no desenvolvimento da plataforma de comercialização.
Objetivo é mitigar penalidades, diz Gavazza
O projeto é uma espécie de marketplace que permitirá à distribuidora ofertar sobras de gás aos seus usuários – que terão acesso a condições mais flexíveis de compra de molécula do que os contratos usuais, firmes.
Segundo a Bahiagás, a Plataforma Eletrônica de Aquisição e Oferta de Gás (PEG), ao dar mais flexibilidade na gestão do portfólio, ajudará a reduzir a exposição dos agentes às penalidades.
“A plataforma será um mecanismo de publicizar o que nós estamos fazendo, de fazer com que o mercado possa acessar as melhores condições de aquisição da molécula, que a gente possa mitigar os efeitos das penalidades contra as quais lutamos permanentemente”, afirmou Gavazza.
A iniciativa, porém, levantou questionamentos entre comercializadores (Abraceel) e os próprios consumidores industriais (Abrace).
Eles receiam que o projeto mine o desenvolvimento do mercado livre na Bahia, mesmo que a plataforma se limite aos usuários cativos. (entenda o debate sobre a criação da plataforma de comercialização da Bahiagás)