RIO — A Petrobras concluiu a licitação para os serviços de operação e manutenção das fábricas de fertilizantes da Bahia e Sergipe, informou na terça-feira (16/9). A companhia assinou na sexta (12/9) um contrato de operação e manutenção com a Engeman para retomada das atividades nas unidades.
Segundo a estatal, o retorno das operações está previsto para acontecer até o final deste ano. A companhia ainda precisa retomar a posse das fábricas, o que está previsto para ocorrer no próximo mês, depois que a Unigel desmobilizar as equipes e encerrar o arrendamento.
Durante a retomada, a Petrobras prometeu priorizar a contratação de mão de obra local. O acordo com a Engeman tem duração de cinco anos. A expectativa é da geração de 800 empregos diretos e indiretos nas duas unidades.
Na Bahia, a companhia vai produzir amônia, ureia perolada e Arla-32, em um contrato que inclui também a operação dos terminais marítimos de amônia e ureia no Porto de Aratu, em Candeias.
Já em Sergipe serão produzidas amônia, ureia perolada e ureia granulada.
Ao todo, a Petrobras estima que pode suprir metade da demanda nacional de uréia.
As atividades nas fafens do Nordeste são parte da estratégia de retorno da estatal ao segmento de fertilizantes.
As fábricas na Bahia e em Sergipe foram arrendadas à Unigel durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), quando a Petrobras havia decidido sair do setor.
A operação, no entanto, foi interrompida há cerca de dois anos, depois que a Unigel entrou em recuperação extrajudicial, processo que foi encerrado em janeiro deste ano. As operações ficaram inviáveis com o aumento internacional do preço do gás depois da guerra na Ucrânia.
Em 2024, as empresas chegaram a fechar um contrato de industrialização por encomenda (tollling), no qual a Petrobras forneceria gás natural à Unigel, responsável pela operação das plantas, e, em troca, receberia os fertilizantes produzidos para posterior comercialização.
Entretanto, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou falhas de governança e inconsistências nos cálculos do contrato, o que levou ao encerramento do acordo antes mesmo do início das operações.
Em maio, as companhias assinaram um acordo para encerrar os litígios relacionados ao arrendamento das plantas.