Os ministérios do Paraguai (Indústria e Comércio; Obras Públicas e Comunicações) e o da Economia da Argentina assinaram hoje um Memorando de Entendimento (MoU) para criar um grupo técnico que avaliará a viabilidade de um gasoduto pelo Chaco paraguaio, ligando os depósitos de Vaca Muerta ao mercado brasileiro.
O acordo foi firmado durante a 66ª Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum e a Cúpula de Presidentes do Mercosul. Além de permitir o transporte direto e gerar divisas, o projeto busca estimular a indústria local, mantendo parte do gás em solo paraguaio para abastecer fábricas na região.
“Será uma obra maravilhosa para criar um mecanismo de transporte e de ingresso de divisas, além de potencializar nossa indústria, pois parte desse gás ficará no Paraguai para alimentar nossas indústrias no Chaco, onde temos matéria-prima, mão de obra e enorme potencial de crescimento”, afirmou o ministro Javier Giménez (Indústria e Comércio).
Em fevereiro, Giménez reuniu-se com o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel.
Segundo a nova edição do Plano Indicativo de Gasodutos de Transporte (PIG), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a rota pelo Paraguai pode ser mais barata para o Brasil do que concluir o gasoduto Uruguaiana–Porto Alegre (RS).
Ainda assim, atravessar os três países gera ceticismo entre alguns agentes brasileiros.
Batizado de Gasoducto Bioceánico, o empreendimento envolverá cerca de 1.000 km de tubulações na Argentina, Paraguai e Brasil, e será submetido à análise técnica do consórcio transnacional previsto no memorando.
A iniciativa reforça a busca do Paraguai por alternativas à Bolívia e, se confirmada, colocará o país como rota estratégica de gás natural na América do Sul.