CERAWeek 2025

Mudar o gás de mão não baixa preço, diz a presidente da Petrobras

Magda Chambriard defende que é preciso ampliar a oferta e infraestrutura para gerar mais condições e ambiente regulatório favorável para o investimento

HOUSTON – A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu nesta quarta-feira (12/3) que “mudar o gás de mão” não terá efeito para reduzir o preço do energético no Brasil. Ampliação da oferta e infraestrutura, além de um ambiente de negócios favorável, são as receitas da CEO da petroleira para o desafio.

“Mudar o gás de mão não baixa preço. O que baixa preço é botar mais gás no mercado. Investir em infraestrutura e gerar condições favoráveis e ambiente regulatório favorável para o investimento. Se você chega a um determinado ponto e diz: olha, o mercado de gás da Petrobras é menor, por óbvio, nós vamos investir menos”, disse Magda.

Magda Chambriard concedeu entrevista exclusiva nesta quarta-feira ao estúdio eixos durante a CeraWeek 2025, evento realizado pela S&P Global, em Houston (TX), até esta sexta (14).

O Ministério de Minas e Energia (MME) vai promover, no próximo dia 18 de março, um evento em Brasília para discutir práticas de gas release no mundo.

A pasta foi uma das apoiadoras da criação de um programa de desconcentração do mercado de gás natural, nos trabalhos do Congresso em 2024, e volta a patrocinar o debate sobre o assunto.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apresentará um estudo sobre experiências internacionais em programas de desconcentração de mercado; e abrirá, na mesma data, a consulta pública da metodologia do Plano Integrado de Infraestruturas de Gás Natural e Biometano – o objetivo é entregar a 1ª edição do planejamento em setembro.

Há também expectativa de que o tema da concentração de mercado volte ao debate este ano no Congresso.

O senador Laércio Oliveira (PP/SE) anunciou recentemente, durante o aquecimento gas week 2025, que pretende apresentar um projeto para criar um programa de gas release, o Progás, depois da tentativa frustrada de emplacar uma política do tipo no Paten.

Oliveira tem mantido contato com os agentes do mercado, para colher contribuições ao projeto, e conta com o apoio do MME. A proposta pode, de alguma forma, inibir a importação de gás pela Petrobras.

“Se a Petrobras não puder importar gás, eu não vou conseguir investir nem na Bolívia nem na Colômbia e nem na Argentina. , que são países que nos demandam investimento e onde o gás propicia uma integração do Sul da América do Sul”, afirmou Magda.

A presidente da Petrobras também destacou que o custo do transporte de gás no Brasil é muito caro e impacta o preço final do produto.

“Quanto menos gás a gente traz para a costa, mais caro é esse gás. Qual é o nosso esforço? É aumentar a produção do gás doméstico”, concluiu.

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