Integração regional

MSGás mira importação de gás natural da Bolívia e Argentina

Distribuidora do Mato Grosso do Sul recebeu autorização da ANP para importar 150 mil m³/dia dos países vizinhos

CEO da MSGás, Cristiane Schmidt [na imagem], defende gás natural fora do Imposto Seletivo, durante entrevista ao estúdio eixos, no 11º Fórum do Biogás, em 3 de outubro de 2024 (Foto Victor Curi/eixos)
Cristiane Schmidt, CEO da MSGás, em entrevista ao estúdio eixos, no 11º Fórum do Biogás, em 3 de outubro de 2024 (Foto Victor Curi/eixos)

BRASÍLIA – A MSGás, distribuidora de gás canalizado do Mato Grosso do Sul, obteve autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para importar gás natural da Bolívia e da Argentina.

Ao todo, a concessionária está autorizada a importar 150 mil m3/dia, via Corumbá (MS) e Uruguaiana (RS).

A MSGás tem, hoje, a Petrobras como única fornecedora de gás firme, mas vem tentando diversificar a sua carteira.

A companhia assinou contrato interruptível com a Tradener e tem histórico de operações no mercado spot com a Edge — além de mirar o potencial de desenvolvimento da oferta de biometano no estado.

Aproximação com o Paraguai

O Mato Grosso do Sul é a porta de entrada do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), em Corumbá, e também vem mantendo conversas com o Paraguai para se posicionar como rota do gás argentino.

Em fevereiro, o ministro da Indústria e Comércio do país vizinho, Francisco Javier Giménez, se reuniu com o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, para discutir o assunto: as autoridades anunciaram então a criação de um grupo de estudos para avaliar o projeto do Gasoducto Bioceánico.

O projeto é ambicioso: envolve a construção de mil quilômetros de duto em três países diferentes (Argentina-Paraguai-Brasil).

É, dentre as alternativas para integrar Vaca Muerta ao mercado consumidor brasileiro, a rota de maior quilometragem de infraestrutura nova. 

O Paraguai tenta se posicionar como uma rota alternativa à Bolívia e vem buscando uma aproximação com argentinos e brasileiros para se firmar como uma opção concreta.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que o gasoduto pelo Chaco Paraguaio demandaria, em território brasileiro, a instalação de um trecho de quase 400 km para ligar o gasoduto paraguaio ao Gasbol, no Mato Grosso do Sul, ao custo de R$ 6,12 bilhões — sem contar, portanto, o investimento em território dos demais países.

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