Biometano

Mercado de biometano tem potencial para ir muito além do mandato, diz Gardemann

Para CEO da Geo Biogas & Carbon, Combustível do Futuro será âncora de demanda para dar mais confiança ao investidor

O mercado brasileiro de biometano tem potencial para crescer muito além do mandato introduzido no Combustível do Futuro, disse o CEO da Geo Biogas & Carbon, Alessandro Gardemann, em entrevista ao estúdio eixos, no 11º Fórum do Biogás. 

Ele acredita que o programa de descarbonização no mercado de gás natural, por meio da aquisição de biometano, fará do Combustível do Futuro uma âncora de demanda mínima para fazer o investidor ganhar mais confiança no desenvolvimento do mercado do gás renovável.

“Porque o mercado [voluntário] já existe. Tem projetos já que foram colocados de pé sem nenhum tipo de participação obrigatória”, comentou.

Ele cita que o potencial teórico de produção do país é da ordem de 100 milhões de m3/dia. E que, para além do uso como combustível, o gás renovável pode ser usado como matéria-prima para combustível de aviação e amônia verde, por exemplo.

“[O biometano] tem essa realidade de insumo e matéria-prima para a indústria verde”, comentou.

Geo Biogas testará produção de SAF em 2025

Em parceria com a Copersucar, a Geo Biogas & Carbon espera iniciar em 2025 as operações de uma planta de demonstração de produção de combustível sustentável de aviação (SAF) a partir de gás renovável. A previsão é produzir 100 mil litros por ano.

Para além do mercado doméstico por SAF, que tende a ganhar tração com o Combustível do Futuro,  Gardemann vê potencial para que o Brasil se posicione como exportador do combustível de aviação.

“Os europeus, principalmente, não querem nada que seja food versus fuel [comida vs combustível]… A gente está trabalhando só com resíduos. Então, a gente entra nos mandatos de combustível avançado deles. Então, naturalmente, a gente deveria conseguir um prêmio significativo no mercado europeu”

“A gente vai ter mandato aqui do SAF também no Brasil. Mas acho que o Brasil tem tanta opção que a gente não precisa necessariamente ficar aqui competindo”, completou.