SÃO PAULO — O diretor-geral da Pan American Energy (PAE) no Brasil, Alejandro Catalano, defendeu, nesta quarta (5/2), o gás natural de Vaca Muerta, na Argentina, como um elemento-chave de integração regional na América do Sul e de equilíbrio para a demanda por energia com menor emissão de carbono.
“O gás natural tem um papel fundamental dentro da transição energética. Tem 50% menos emissões que o carvão e 30% menos que o petróleo”, disse o executivo durante o evento Energyear Brasil, em São Paulo.
“Em Vaca Muerta, tem recursos de gás natural em abundância para abastecer a região inteira e ainda mais. Isso tem que ser aproveitado como uma vantagem para fornecer aos mercados, para gerar competitividade, para reduzir os custos de energia”, afirmou Catalano.
A PAE, maior produtora privada de petróleo e gás de Vaca Muerta, se prepara para exportar gás natural, via GNL, ao Brasil a partir de 2025.
Recentemente, a empresa obteve autorização do governo argentino para enviar 300 mil m³/dia do campo de Acambuco, na Bacia Noroeste, para a Tradener, empresa brasileira de comercialização de energia.
A iniciativa faz parte de um plano mais amplo de expansão da PAE, que pretende dobrar sua produção atual de 18 milhões de m³/dia nos próximos três a quatro anos, com foco no desenvolvimento de Vaca Muerta, uma das maiores reservas de gás não convencional do mundo, localizada na Patagônia argentina.
“No final do dia, esse gás que está disponível em Vaca Muerta tem que ser aproveitado por todos como uma fonte a mais. E a integração energética, a integração regional, é uma oportunidade que tem que ser aproveitada”.
Brasil também precisa explorar seus recursos de gás natural
Catalano também avalia que, além das operações na Argentina, a PAE está em uma posição privilegiada para contribuir com essa integração, já que tem presença consolidada no Brasil, Uruguai, Paraguai e na Bolívia. Este último, por onde o gás deve ser transportado em um primeiro momento, na avaliação do executivo.
O diretor da companhia ainda defendeu que a transição energética deve considerar os “diferentes pontos de partida” de cada região e que o Brasil também deve aproveitar seus próprios recursos de gás natural, com fonte complementar à expansão das renováveis.
“O Brasil tem muitos recursos de gás natural que precisam ser aproveitados localmente […] O Brasil tem que tomar isso como uma vantagem, desenvolvendo o gás local e aproveitando essa fonte regional para gerar desenvolvimento econômico”.
Por aqui, a empresa opera um complexo eólico, que recebeu investimentos de US$ 600 milhões, e já estuda o desenvolvimento de novos empreendimentos eólicos e solares.
“Temos projetados outros parques solares e eólicos. A ideia é implementar em um próximo passo, tendo essa visão de longo prazo. Onde temos que ter a transição energética o mais rápido possível, aproveitando todas as oportunidades que o Brasil tem”, disse Catalano.