BRASÍLIA – A Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e a Transportadora Associada de Gás (TAG) assinaram com a Eneva e BTG Pactual Commodities os primeiros contratos para uso da interconexão entre as malhas de gasodutos do Sudeste e Nordeste.
Os acordos, ambos mensais, totalizam uma capacidade de 220 mil m³/dia.
Ao todo, as transportadoras investiram R$ 46 milhões no projeto, sendo R$ 33 milhões da NTS e 14 milhões da TAG.
A autorização de operação foi concedida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no fim de dezembro.
A interligação, na Estação Cabiúnas, em Macaé (RJ), permite a transferência bidirecional de gás em até 20 milhões m³/dia entre as transportadoras. É composta por uma tubulação de 24 polegadas, além de instalações auxiliares.
A tarifa de contratação do transporte nessa nova interconexão possui um desconto de 90% em relação às tarifas praticadas no Rio de Janeiro, o que ajuda a mitigar os custos de utilização do trânsito entre as duas redes.
Fusão das áreas de mercado
Até então, as redes de transporte da NTS e da TAG operavam de maneira segregada: o Tecab conseguia exportar gás do Rota 2 tanto para a NTS quanto para a TAG, por instalações separadas.
As transportadoras acreditam que a interconexão proporcionará melhorias no fluxo de trocas entre áreas de mercado atendidas pela rede integrada nacional.
“Estamos avançando efetivamente na criação de um hub nacional de comercialização, reforçando o papel estratégico da infraestrutura de transporte em viabilizar o acesso do mercado às múltiplas ofertas disponíveis no Brasil”, destacou o CEO da TAG, Gustavo Labanca, em nota.
Segundo a ANP, o projeto também traz um avanço para o processo de fusão de áreas de mercado, uma vez que viabiliza a contratação independente por parte de carregadores de entrada e saída, com a possibilidade de movimentação direta entre transportadoras.
A TAG opera gasodutos de transporte nas regiões Norte e Nordeste que somam mais de 4.500 km de extensão.
Já a NTS opera uma rede de mais de 2 mil km, entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
Concluída a interconexão, a NTS propôs ao mercado um investimento numa nova estação de compressão (Ecomp) em Macaé (RJ) – um desdobramento da interligação entre as malhas do Nordeste e Sudeste, segundo a companhia.