Gás argentino

De olho em oportunidades de exportar gás para o Brasil, TotalEnergies inaugura novo campo na Argentina

Fênix tem capacidade para produzir 10 milhões de m3/dia e é uma das fontes de gás que a empresa espera vender no Brasil

MGás, da holding J&F (dos irmãos Wesley e Joesley Batista) recebe autorização para importar gás argentino via Uruguaiana no RS. Na imagem: Trabalhador da TotalEnergies, a maior petroleira estrangeira na Argentina, em plataforma para exploração offshore (Foto Divulgação)
TotalEnergies é a maior petroleira estrangeira na Argentina | Foto Divulgação

RIO – A TotalEnergies anunciou nesta sexta (20/9) o início da produção do campo de gás natural Fênix, na costa da Terra do Fogo, no sul da Argentina.

Com capacidade para produzir 10 milhões de m3/dia, o projeto é uma das fontes de gás natural que a francesa conta para exportar para o Brasil.

Fênix ​​faz parte da concessão CMA-1, operada pela TotalEnergies (37,5%) em sociedade com a Harbour Energy (37,5%) e a Pan American Energy (25%) – que também mira oportunidades de envio de gás para o mercado brasileiro.

“Fênix ​​contribuirá para manter nosso patamar de produção de gás na Terra do Fogo e garantir um fornecimento confiável ao mercado de gás argentino”, afirmou o vice-presidente sênior de Exploração e Produção da TotalEnergies para as Américas, Javier Rielo, em nota.

A empresa é a maior petroleira estrangeira na Argentina, responsável pela operação de 25% do gás produzido no país.

Além da concessão CMA-1, a Total Austral, braço da empresa que atua na área de exploração e produção de óleo e gás na Argentina, também opera cinco blocos terrestres na Bacia de Neuquén, onde se encontra a formação de Vaca Muerta.

Total se prepara para exportar gás ao Brasil

A companhia já tem autorização do governo argentino para enviar gás do país à comercializadora Matrix Energy, no Brasil, na modalidade interruptível, por um ano – de agosto deste ano até o fim de julho de 2025.

A Matrix é uma empresa da DXT International e Prisma Capital com experiência no setor elétrico.

O governo argentino deu aval para que a petroleira francesa exporte até 1 milhão de m3/dia dos campos operados pela companhia no offshore da Terra do Fogo; e até 1 milhão de m3/dia de gás não-convencional da formação onshore de Vaca Muerta.

O preço na fronteira com a Bolívia é de US$ 9,18 o milhão de BTU, segundo dados apresentados no pedido de autorização para exportação. O gás passará pela infraestrutura boliviana de gasodutos até chegar à fronteira com Corumbá (MS).

No Brasil, a Total também já conta com o aval da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para importar gás da Bolívia.

Recentemente, o governo da Bolívia publicou um decreto que amplia as competências da estatal YPFB e formaliza, assim, a criação do serviço de trânsito internacional que permitirá o envio de gás argentino ao Brasil, pela malha de gasodutos do país andino.

Janela de importação da Argentina à vista

verão 2024/2025 surge no horizonte como a 1ª janela de oportunidade para importação de gás argentino e os agentes do mercado movimentam suas peças no tabuleiro, em busca dos primeiros contratos para testar a integração com o país vizinho.

Ao todo, cinco empresas já têm autorização do governo argentino para importar gás do país: a Gas BridgePan American Energy, Tradener, MGás e a Matrix Energy.

A Edge, o braço de comercialização da Compass, é outra empresa que está “acompanhando de perto” as oportunidades de importação da Argentina.

Do lado dos produtores, Pluspetrol, TotalEnergies, Tecpetrol e Pan American Energy se mobilizam.