RIO — A entrada da Copa Energia no capital da GNLink vai injetar novos recursos na distribuidora de gás natural liquefeito (GNL) em pequena escala e ajudará a financiar não só os projetos atuais, mas o novo ciclo de investimentos da companhia.
A GNLink espera fechar o ano com três plantas de liquefação em operação, no Paraná, Bahia e Rio Grande do Norte, e capacidade equivalente a 290 mil m³/dia de gás natural, e planeja um novo ciclo de expansão para dobrar essa capacidade.
“[A GNLink] é uma companhia que tem um capex alto, tem investimentos a serem feitos. E esses recursos vão ser focados não só nessas três plantas, mas no próximo ciclo de crescimento”, disse o presidente da Copa Energia, Pedro Turqueto, em entrevista ao estúdio eixos nesta quarta-feira (25/6).
A Copa Energia, dona das marcas Copagaz e Liquigás no mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP), anunciou a aquisição de 36% da GNLink, empresa do grupo Lorinvest, numa operação superior a R$ 100 milhões.
É mais um passo na estratégia de diversificação de negócios da companhia. Segundo Turqueto, o fundamento da decisão de investimento está ligado à perspectiva de crescimento da oferta de gás no Brasil, associada à carência de infraestrutura de gasodutos.
“A gente sabe que o Brasil vai ter uma abundância desse produto, vai ter muita molécula e, ao mesmo tempo, a gente tem pouca infraestrutura para conseguir capitalizar e internalizar esse produto”, disse.
Copa dá mais um passo no gás natural
A Copa já havia colocado os pés no setor de gás natural em 2024, ao comprar a CTG, distribuidora de gás natural comprimido (GNC), de olho nas oportunidades do mercado de biometano.
Turqueto conta que a intenção da Copa é explorar o segmento de biometano por meio da CTG, mas que, a depender da evolução do mercado, e se fizer sentido, a GNLink também pode ser um braço de atuação na liquefação do biocombustível.
“O foco hoje, inicial, é olhar o plano de negócios que a gente estabeleceu para os quatro, cinco primeiros anos, também focado na molécula fóssil, mas se ocasionalmente a gente tiver a possibilidade de fazer a liquefação também do biometano, a gente usaria o braço da GNLink para realizá-lo”, comentou.
GNLink mira novas plantas no Sul e Sudeste
O CEO da GNLink, Marcelo Rodrigues, conta, por sua vez, que o foco até o fim do ano é entregar as três primeiras plantas (Paraná e Bahia já estão construídas) com o maior volume possível contratados – a empresa mira, em especial, o potencial de demanda do setor de transporte pesado; a autogeração de energia a gás; e projetos estruturantes das distribuidoras estaduais de gás canalizado.
“Então, esse primeiro ciclo de investimento se encerra em 2025… e depois a gente vai trabalhar um outro ciclo até o fim de 2027, conforme está no plano da empresa, de cinco anos, para trabalhar na duplicação dessa capacidade, pois o potencial de mercado é muito grande”, disse Rodrigues.
Ele cita que, dentro do novo ciclo de investimentos, a GNLink mira entrar no Sudeste e reforçar a presença na região Sul.
“Estamos muito bem posicionados no Nordeste. Estamos posicionados no Sul, o mercado do Sul é um mercado muito grande. Então a gente prevê uma ampliação no Sul e prevê uma atuação no Sudeste. Nós não temos uma posição confortável de disponibilidade de GNL competitivo no Sudeste e vamos trabalhar nisso”.