RIO – A CMPC Celulose Riograndense, de Guaíba (RS), se prepara para migrar para o mercado livre de gás natural.
A companhia recebeu autorização da Agergs, em dezembro, para avançar nas negociações com a Sulgás para se tornar cliente livre.
É a terceira empresa a ter o aval para migrar para o mercado livre no estado. A lista inclui ainda a Gerdau e Braskem.
Enquanto ainda não define o modelo do contrato entre usuários livres e a distribuidora estadual pelo uso da rede, a Agergs determinou que a minuta de contrato a ser firmado entre as partes seja previamente aprovada pelo regulador estadual e que seja observada a isonomia entre os usuários livres nas negociações das cláusulas contratuais.
Além disso, deve constar no acordo a previsão de que o CUSD seja adequado no futuro, quando da publicação do modelo do contrato.
Mercado livre ganha tração
A migração de indústrias para o mercado livre de gás natural bateu recorde em 2024: ao menos 17 consumidores assinaram contratos diretamente com seus supridores no ano passado, triplicando o número de clientes livres no país em relação a 2023.
Veja a seguir a relação dos 24 clientes industriais com contratos no mercado livre:
- Proquigel: entrou em 2021 no mercado livre e mantém um contrato de longo prazo com a Petrobras, embora as fábricas de fertilizantes do grupo estejam paralisadas neste momento;
- Gerdau: estreou em 2021 e mantém contratos com a Petrobras para suprimento de diferentes unidades de produção;
- Refinaria de Mataripe: entrou em 2021 e mantém contratos com Galp, Petrobras e Shell;
- Refinaria de Manaus: estreou em 2022 e mantém contrato com Petrobras;
- ArcelorMittal: entrou em 2023 e possui, hoje, contrato com a Petrobras;
- Vale: estreou em 2023 e vem ampliando, desde então, sua presença no mercado livre; para 2025, fechou contratos com Eneva, Origem e Edge;
- Samarco: entrou em 2023 e mantém contrato com a Vibra;
- Alunorte: passou a consumir em 2024 gás da New Fortress Energy;
- Biancogres: entrou no mercado livre em 2024 e mantém contrato com a Shell;
- Delta Cerâmica: estreou em 2024, com gás da Edge;
- CSN: entrou em 2024, com diferentes supridores, e mantém contrato de longo prazo com Petrobras;
- Carmelo Fior: assinou em 2024 seu 1º contrato com a Edge e, mais recentemente, fechou também com a MGás e Brava Energia para suprimento de outras empresas do grupo, como Pisoforte e Serra Azul;
- Lef Cerâmica: estreou em 2024, com gás da Edge;
- Suzano: passou a comprar gás da Shell em 2024;
- Cedasa: assinou em 2024 seu 1º contrato com a Edge;
- Incopisos: estreou este ano, com a Edge;
- Ternium: entrou no mercado livre em 2024, ao assinar contrato com a Petrobras;
- Cerâmica Alfagrês: assinou em 2024 seu primeiro contrato com a MGás;
- Viva Pisos e Revestimentos: assinou em 2024 seu 1º contrato com a MGás;
- M. Dias Branco: a dona da marca Piraquê assinou em 2024 seu 1º contrato no mercado livre com a Galp;
- AGC Vidros do Brasil: assinou em 2024 seu 1º contrato no mercado livre com a Edge;
- Cerâmica Capri: assinou recentemente o seu 1º contrato com a Eneva e vai migrar para o mercado livre em 2025;
- Saint Gobain: assinou em 2024 um contrato com a Edge e vai migrar para o mercado livre a partir de janeiro de 2025;
- Braskem: vai migrar sua primeira unidade para o mercado livre em 2025 e já tem molécula assegurada pela Voqen, seu braço de comercialização.
O levantamento toma como base os dados públicos da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), atualizados até outubro; e com o banco de dados de apuração própria da agência eixos.