Produção de fertilizantes

Após reunião com Petrobras, FUP vê Fafen-PR voltando a operar em junho

Após 2 anos parada, Petrobras e sindicatos negociam reabertura da fábrica, que produzia 30% da ureia nacional

Diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, durante evento (Foto Agência Petrobras)
Diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França (Foto Agência Petrobras)

Após dois anos de paralisação, a Fábrica de Fertilizantes de Araucária (Fafen-PR), no Paraná, poderá voltar a operar até o início de junho, informou em nota a Federação Única dos Petroleiros (FUP). A entidade se reuniu na terça-feira, 8, com o diretor de Processos Industriais da Petrobras, William França, para dar continuidade às negociações sobre o efetivo e as condições operacionais da fábrica.

Segundo a FUP, a reabertura da Fafen-PR é considerada fundamental, não apenas para o setor petroquímico, mas também para a economia nacional.

“A unidade tem um papel estratégico na produção de fertilizantes nitrogenados, reduzindo a dependência de importações. O Brasil, atualmente quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, importa cerca de 85% dos produtos que utiliza”, afirmou a FUP em nota (veja na íntegra).

A reunião também abordou questões sobre a segurança da unidade, especialmente no contexto da parada de manutenção e da retomada das operações.

A FUP e o Sindiquímica-PR destacaram a necessidade urgente de reposição de efetivos para garantir a continuidade das operações com segurança e eficiência.

“A falta de pessoal é um dos principais desafios”, ressaltou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. “A reabertura da Fafen-PR não só representa uma oportunidade de geração de empregos e renda, mas também está diretamente ligada à segurança alimentar da população brasileira”, pontuou Bacelar.

Ele informou que seguem pendentes questões relacionadas ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), como a implantação do Plano de Cargos e Salários e a situação previdenciária dos petroquímicos, que ainda não têm acesso ao Plano Petros (plano de previdência privada da Petrobras), em descumprimento ao acordo firmado com o Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Outro ponto relevante debatido foi a incorporação da Fafen-PR ao Sistema Petrobras.

A Fafen-PR, que operava desde 1982, era responsável pela produção de 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia e de 65% do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), aditivo para veículos de grande porte que atua na redução de emissões atmosféricas.

De acordo com a FUP, a “hibernação” da Fafen-PR fez com que o país deixasse de produzir, por dia, 2 mil toneladas de ureia e 1.300 toneladas de amônia, utilizados na fabricação de fertilizantes.

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