A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) autorizou a Transportadora Associada de Gás (TAG) a operar o gasoduto de conexão do terminal de regaseificação da Eneva, em Sergipe, à malha integrada de transporte. O aval foi publicado no Diário Oficial na União desta segunda (30/9).
Neste terça (1/10), por sua vez, foi publicada a autorização de operação da planta de gás natural liquefeito (GNL) da Eneva — que havia solicitado à ANP uma revisão do aval até então vigente, para incorporar ajustes na infraestrutura interna do terminal.
Com isso, Eneva e TAG encerram as pendências para integrar o terminal do Porto de Sergipe à malha de transporte.
A conexão abre caminho para despacho da UTE Termopernambuco, da Neoenergia, cujo contrato contrato de potência foi antecipado para a partir de outubro. Falta, agora, apenas uma última autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para que a térmica fique disponível para ser acionada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A usina foi uma das vencedoras do Leilão de Reserva de Capacidade de 2021 e tinha previsão inicial de iniciar o fornecimento de energia em julho de 2025. A antecipação foi uma das medidas anunciadas pelo governo para contornar a atual crise hídrica.
A Eneva fechou um contrato para fornecimento de 2,4 milhões de m³/dia (100% flexível) à UTE Termopernambuco. O atendimento será feito por meio do terminal de GNL de Sergipe, em Barra dos Coqueiros (SE).
Conexão é marco para abertura do mercado de gás
A conexão da unidade de regaseificação à malha da TAG foi possível a partir da construção de um gasoduto de 25 km de extensão e que interliga o terminal ao gasoduto Catu-Pilar, passando pelos municípios de Barra dos Coqueiros, Santo Amaro das Brotas, Maruim, Rosário do Catete e General Maynard, em Sergipe.
O duto permite uma injeção de 14 milhões de m³/dia de gás na malha da TAG. É um marco para a abertura do mercado de gás, porque permitirá à Eneva comercializar o gás importado para outros clientes.
A companhia lançou uma mesa de comercialização e aposta, sobretudo, na oferta de produtos flexíveis – e em especial para termelétricas.
Ao todo, foram investidos R$ 340 milhões na conexão. A construção do gasoduto foi acordada entre TAG e Eneva por meio de um contrato de conexão para acesso.
Nessa modalidade, nova no mercado, um agente do setor (seja um fornecedor de gás ou distribuidora/consumidor) pode solicitar, de maneira célere, uma conexão de interesse específico por meio de acordo bilateral com o transportador. Nesse caso, recai sobre esse agente específico a remuneração do investimento.
Atualizada no dia 01/10/2024, para incluir a obtenção, pela Eneva, de autorização de operação do terminal de GNL de Sergipe