A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, enfatizou, nesta quarta-feira (8/10), que a Bahia é um estado com capacidade instalada da Petrobras já relevante e que a retomada da Fábrica de Fertilizantes da Bahia (Fafen Bahia) representa o compromisso da companhia de aproveitar uma “sinergia óbvia”.
“Será um investimento de R$ 38 milhões na Fábrica de Fertilizantes da Bahia”, disse. “Com essa retomada, as fábricas de fertilizantes da Petrobras Fafen, Fapen e Ansa estarão produzindo 20% da demanda nacional de fertilizantes no início do próximo ano.”
Além de atender a demanda do agronegócio, a produção dos fertilizantes tem um papel importante no mercado de gás natural, enfatizou Chambriard.
“O gás natural é um produto que está sendo cada vez mais produzido pela Petrobras e a retomada da Fafen representa uma sinergia óbvia. Estamos rompendo o ciclo vicioso de não ter gás porque não tem mercado e vice-versa”, sustentou ela, durante coletiva de imprensa.
Conforme a executiva, a estatal já está fornecendo 50 milhões de m3/d de gás para mercado nacional, contra 31 milhões de m3/d de “pouco tempo atrás”.
“Com produção maior, mais barato vai ser o gás para o mercado brasileiro. Hoje o preço do nosso gás é de US$ 6 a US$ 7 o milhão de BTU, contra US$ 16 há quatro anos. As Fafens não seriam viáveis se o preço do gás natural estivesse no patamar anterior. Todos os negócios que estamos anunciando são rentáveis, é um ganha/ganha para a sociedade e a Petrobras”, disse ela.
Petrobras contratará seis barcos de apoio dentro do plano de 48 navios
A presidente da Petrobras detalhou também a contratação de seis barcos de apoio dentro de um pacote de investimento voltado ao estado da Bahia. A execução dos projetos será no Estaleiro Enseada, em Maragogipe, no Recôncavo Baiano.
“Já temos 44 contratados ou com edital publicado e nos próximos dias colocaremos na rua mais contratações. Trabalhamos para diversificar os fornecedores para ter garantia de entrega e minimizar riscos. E os seis navios que serão construídos na Bahia serão os primeiros de outros que virão”, citou ela.
“Prometemos isso até o final de 2026 mas já estamos entregando agora”, ressaltou, em coletiva de imprensa.
A mensagem foi endossada pelo diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser. “Estamos antecipando para este ano investimentos que eram para 2026.”
A frota será destinada ao apoio de diferentes frentes da companhia, como a produção em alto mar e a venda interna de combustíveis. “Estamos falando de apoio a mais de 400 embarcações. Fazer barcos próprios também é fazer preço, influenciar no preço e fazer melhores negócios em termos de logística”, enfatizou.
Os barcos serão construídos com, no mínimo, 40% de conteúdo local, mas com potencial de chegar a 65% considerando as políticas públicas do governo federal.
Estaleiro São Roque
A presidente da Petrobras ressaltou que o pacote de investimentos para o estado da Bahia prevê a retomada das atividades no Estaleiro São Roque, localizado em Maragogipe, para o descomissionamento de plataformas.
“Temos limitação física para fazer o descomissionamento das nossas plataformas e temos o canteiro de São Roque na Bahia que poderá acostar duas plataformas de grande porte. Vamos descomissionar US$ 2,5 bi em plataformas, e duas devem ir para São Roque. Agregar São Roque otimiza os negócios da Petrobras com instalações subaproveitadas”, enfatizou a executiva.
Além do descomissionamento, ela pontuou que a construção de seis barcos de apoio no Estaleiro Enseada, em Maragogipe, vai gerar 5 mil empregos diretos e indiretos.
O projeto voltado ao estado será oficializado na quinta-feira (9/10), em evento com o presidente Lula.
A encomenda de embarcações e a reabertura da Fábrica de Fertilizantes representarão R$ 2,6 bilhões de investimentos.
Por Denise Luna e Gabriela da Cunha