O governo do Sergipe e a Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES) acreditam que o estado poderá contar com 8% de participação na produção bruta de gás natural do Brasil em 2029.
A participação poderá ser alcançada se o estado mantiver sua produção de gás natural em torno de 20 milhões de m³/dia a partir da produção em águas profundas de Bacia Sergipe-Alagoas, onde a Petrobras explora as descobertas de Poço Verde, Moita Bonita, Muriú, Farfan, Barra e Cumbe, a partir de 2025.
A perspectiva faz parte do estudo O novo gás de Sergipe: retrospectiva e oportunidades para Sergipe a partir do programa federal “Novo Mercado de Gás”, que a associação industrial lança nesta quinta (29), em parceria com o governo do estado. O documento será lançado a partir das 10h30 em transmissão no canal da FIES no Youtube.
O documento destaca ainda a expectativa de produção futura em ativos da ExxonMobil – a empresa já iniciou o licenciamento de 11 poços exploratórios na bacia.
O evento vai contar com a participação do deputado federal Laércio Oliveira (PP/SE), relator da Lei do Gás, aprovada na Câmara dos Deputados. Também participam Aldo Barroso, diretor substituto de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia (MME), e Fernando Borges, gerente-executivo de Relacionamento Externo da Petrobras.
Pelo lado da demanda, a FIES e o governo sergipano apostam na retomada das operações da fábrica de fertilizantes arrendada pela Petrobras no estado à Proquigel. Se for possível iniciar a operação nos primeiros meses de 2021, a unidade pode representar uma demanda de cerca de 1,4 milhões de m³/dia de gás natural.
O documento afirma que o governo do estado, através da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia (Sedetec), “tem apoiado o processo de negociação da arrendatária com os fornecedores, buscando alternativas de suprimento de gás natural”, mas não especifica quais seriam essas alternativas”. O estudo foi produzido em colaboração com a secretaria.
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Projetos possíveis incluem integração de GNL à malha de transporte
Entre os investimentos possíveis, são considerados projetos de expansão da infraestrutura de gás para escoar a produção offshore da Petrobras, com construção de um gasoduto e um nova unidade de processamento (UPGN) em terra. E alternativas para conexão do terminal de GNL no Porto de Sergipe à malha de transporte.
O estudo considera alternativas de interligação entre o terminal de GNL da Celse à fábrica de fertilizantes arrendada pela Petrobras para a Proquigel, com vazão de 1,8 milhão de m³/dia, e à malha de gasodutos da Sergás, a distribuidora local, com vazão de 200 mil m³/dia.
Os projetos têm sido discutidos em reuniões do governo com a Celse, Sergás e Proquigel.
Há estudos também para interligação do Porto de Sergipe à malha da TAG, que controla dos gasodutos de transporte que cortam o estado.
O setor industrial do estado e o governo citam ainda como perspectivas para a expansão do mercado de gás no estado a possibilidade de interiorização do gás por meio de GNL transportando em containers por caminhões, em um modelo de distribuição em pequena escala.
Além da possibilidade de criação dos chamados corredores azuis, rotas com postos para abastecimento de veículos movidos a gás, como alternativa ao consumo de diesel. Ideia é aproveitar o excedente e a estrutura de armazenamento do GNL da Celse para desenvolver o mercado do combustível
A âncora do projeto é a UTE Porto de Sergipe I da Celse, abastecida por GNL importado e regaseificado no terminal de Sergipe, mas também envolveria um terminal da Golar no Porto de Suape, em Pernambuco.
Para viabilizar o projeto, o governo do Sergipe assinou um protocolo de intenções com a Golar e a Alliance GNLog, responsável por fornecer uma frota de caminhões a gás para o projeto. O protocolo demanda que a Alliance GNLog deve realizar estudos de viabilidade para a implantação de uma fábrica de caminhões a gás da Shacman no estado.
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