A Golar Power Distribuidora anunciou nesta quarta (30) o lançamento de uma chamada pública para aquisição de 5 milhões de m³/dia de biometano de produtores nacionais e estrangeiros. Volume representa mais de 16% da meta da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), que estima ser possível entregar 30 milhões de m³/dia a partir do biocombustível até 2030.
O biometano é um combustível 100% renovável capaz de substituir o diesel.
Com a abertura da chamada, haverá a possibilidade de se produzir o BioGNL para atender ao mercado automotivo, além de indústria e comércio, diz a empresa.
“A Golar pretende incentivar projetos renováveis de purificação de biogás nas mais diversas fontes no país, visando à interiorização do gás natural por meio da distribuição do gás liquefeito de biometano (BioGNL) em pequena escala por modais rodoviários e cabotagem”.
Para Alessandro Gardemann, presidente da Abiogás, a iniciativa pode representar uma “virada” no mercado brasileiro de biogás. O Brasil é o país com o maior potencial energético do mundo em biogás com um total estimado de 120 milhões de m³/dia, segundo a associação.
“Nunca foi feita uma solicitação de compra de biogás ou biometano nessa proporção. Além de incentivar os produtores, a chamada representa uma virada completa e inédita para o nosso setor”, destacou o executivo.
O diretor de desenvolvimento tecnológico do Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), Felipe Marques, acredita na possibilidade de interiorização do consumo de gás no país.
“A ação da empresa é de grande valor estratégico para o fortalecimento da combinação biometano e gás natural na interiorização das aplicações do gás no Brasil. Nossa produção atual é 1,3 milhão de m³/ano, sendo que somente 3% deste volume é refinado para biometano”, ressaltou Marques.
De acordo com dados do CIBiogás, a produção de biogás cresceu mais de 84% de 2015 a 2019. O número de plantas também registrou aumentou de 300%, passando de 126 para 548 unidades.
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Lava Jato atinge principal executivo da Golar
Semana passada, o presidente da Golar Power, Eduardo Antonello, foi alvo de uma das fases da operação Lava-Jato em uma investigação envolvendo contratos firmados pela Seadrill com a Petrobras. O executivo se afastou do cargo para se concentrar em sua defesa, informou ontem a Golar Power. A empresa não é alvo da investigação, mas chegou a ter escritórios em Sergipe vasculhados, por meio de mandado de busca e apreensão.
Esta semana, a Petrobras decidiu revisar a análise do Grau de Risco de Integridade (GRI) da companhia no processo de arrendamento do terminal de GNL da Bahia, mas o resultado da análise ainda não foi divulgado.
A Golar Power fez a melhor proposta pelo terminal nesta quarta (30).
“Qualquer alteração na percepção de risco de integridade ao qual a Petrobras pode estar exposta ao se relacionar com as empresas do grupo Golar Power será comunicada de forma tempestiva aos seus representantes legais”, afirmou a Petrobras.
Em expansão no país, Golar Power negocia com a BR Distribuidora a formação de uma joint venture para distribuição de GNL em pequena escala (small scale), com caminhões também movidos a GNL. Plano é manter a operação nas mãos da Golar e a BR entrar com até 50% no capital da empresa. Negócio já conta com aval do Cade.
“Além da revisão do GRI, a Petrobras enviou uma carta à BR Distribuidora, na qualidade de acionista da empresa, solicitando esclarecimentos sobre a parceria da BR com a Golar Power diante dos fatos revelados pela Operação Lava Jato”, acrescentou a Petrobras, que não é mais a controladora da BR, mas ainda detém 38% na companhia.
No Brasil, a empresa possui uma unidade flutuante de armazenamento e regaseificação de GNL (FSRU) e 50% das Centrais Elétricas de Sergipe (Celse), e um projeto integrado de GNL e geração de energia no Porto de Sergipe.
Com informações do político epbr
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