RIO — A Gasmig, distribuidora mineira, passará a comprar, a partir deste mês, gás natural da Galp.
A portuguesa é a terceira maior produtora de gás do Brasil, de acordo com dados da ANP, e assinou contrato com a companhia mineira, válido desde o dia 1º de abril.
Este é o primeiro contrato de fornecimento de gás assinado pela Gasmig com a iniciativa privada. Até então, todo a demanda da concessionária era atendida pela Petrobras.
De acordo com a distribuidora, o volume contratado pode chegar a 260 mil metros cúbicos diários (m³/dia), de acordo com a necessidade da Gasmig e disponibilidade da Galp. O volume equivale a cerca de 7% das vendas de gás natural em Minas Gerais em 2021.
Por força de contrato, a concessionária mineira não divulga os preços da negociação, mas esclarece, em nota, que o acordo é “interessante para os consumidores mineiros”.
A companhia também destacou que está atrás de outros possíveis fornecedores que possibilitem um gás mais competitivo em Minas Gerais.
Distribuidoras buscam diversificação
A busca pela redução da dependência da Petrobras acontece em meio à entrada de novos fornecedores no mercado brasileiro e diante da insatisfação das distribuidoras com os preços praticados pela estatal.
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A Petrobras aumentou em 50% os preços do gás natural, nos novos contratos, válidos a partir de janeiro de 2022, alegando a necessidade de cobrir o aumento de custos para importar gás natural liquefeito (GNL).
As distribuidoras consideraram o reajuste abusivo. Em alguns estados, como Alagoas, Ceará, Rio de Janeiro e Sergipe, o assunto foi judicializado.
Em Minas Gerais, a Gasmig congelou as tarifas de gás para os segmentos residencial e comercial até fevereiro de 2023.
Além da concessionária mineira, distribuidoras como a Sergás (SE) e Cegás (CE) também buscam novos supridores. A sergipana espera receber as propostas comerciais até o fim de maio, enquanto a cearense prevê o recebimento das ofertas até o fim de abril.
Mercado ganha novos atores
O ano de 2022 marca a estreia de novos fornecedores de gás natural no mercado brasileiro, como a Equinor, Galp, PetroReconcavo e Shell. Antes de fechar com a Gasmig, a petroleira portuguesa já tinha assinado acordo com a Bahiagás.
Cerca de 10% da demanda das distribuidoras de gás do país passará a ser abastecida, neste ano, pela iniciativa privada — incluindo, além das estreantes, a Alvopetro, ERG e Origem, que já tinham contratos ativos com a Bahiagás.
Das 22 distribuidoras operacionais do Brasil, contudo, apenas cinco conseguiram fechar com novos supridores para 2022: Bahiagás (BA), Copergás (PE), PBGás (PB), Potigás (RN) e, agora, a Gasmig (MG).