Gás Natural

GasBrasiliano começa a operar 1º gasoduto isolado de distribuição de biometano

Sistema isolado de distribuição, conectado à Usina Cocal, permitiu a chegada de gás à Presidente Prudente, Narandiba e Pirapozinho

GasBrasiliano começa a operar 1º gasoduto isolado de distribuição de biometano. Na imagem: vista aérea da planta de biometano do grupo Cocal em Narandiba/SP (Foto: Divulgação/Copersucar)
Planta de biometano do grupo Cocal em Narandiba/SP (Foto: Divulgação/Copersucar)

RIO – A GasBrasiliano iniciou, no fim de janeiro, as operações do primeiro sistema isolado de distribuição de biometano do país. O projeto abastece, com o combustível renovável produzido pelo grupo Cocal, os municípios de Presidente Prudente, Narandiba e Pirapozinho, no interior de São Paulo.

A planta de biometano da Usina Cocal tem capacidade para produzir até 25 mil m³/dia, a partir do processamento de resíduos da cana-de-açúcar (vinhaça, palha e torta de filtro).

O projeto tornou-se uma alternativa de suprimento a esses municípios – que estão a 200 km do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) e não justificavam economicamente um projeto convencional de conexão à rede integrada da GasBrasiliano.

Ao todo, foram construídos cerca de 65 km de rede de distribuição para interligação da fonte de suprimento, a Usina Cocal, em Narandiba, ao mercado consumidor industrial, em Presidente Prudente.

O investimento total no projeto foi de R$ 180 milhões, sendo R$ 30 milhões para construção da rede exclusiva de distribuição da GasBrasiliano. A Cocal investiu, por sua vez, R$ 150 milhões na planta de biogás para a produção do biometano.

O projeto começa abastecendo as indústrias da região. A Liane, empresa do setor de alimentos, por exemplo, tem como meta atingir 30% de bioenergia em sua matriz energética e vai usar o biometano nos fornos e caldeiras.

Até 2022, a matriz da empresa era composta 70% por energia elétrica convencional, 10% gás liquefeito de petróleo (GLP) e 20% óleo combustível BPF. A companhia espera, também, reduzir seus custos mensais em torno de 30%.

A onda do biometano

A Associação Brasileira do Biogás (Abiogás) estima que o Brasil tem potencial para produzir, até 2030, cerca de 30 milhões de m3/dia de biometano.

A produção do combustível renovável ainda dá seus primeiros passos, mas vem despertando a atenção de indústrias interessadas na pegada ambiental.

Mais recentemente, as distribuidoras de gás canalizado também passaram a ver no biometano uma oportunidade de reduzir a dependência da Petrobras.

A Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) e a Abiogás estimam que a produção nacional de biometano atingirá os 2,2 milhões de m³/dia até 2027 – 5,5 vezes a mais que os patamares atuais.

Se todo esse potencial se confirmar como o esperado, em cinco anos o setor de biometano contribuirá com um “gás novo” de 1,8 milhão de m³/dia.

Dentre os principais agentes, estão, além da Cocal, empresas como a Gás Verde (Urca Energia), Orizon, Raízen Geo Biogás e a Ecometano, do grupo MDC.