Excelerate Energy é desclassificada na licitação do terminal de GNL da Bahia

Arrendamento faz parte de acordo firmado com o CADE para abertura do mercado de gás

Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Bahia (TRBA)@0,5x

A Petrobras decidiu desclassificar a Excelerate Energy da licitação para o arrendamento do terminal de gás natural liquefeito (GNL) da Bahia, o TR-BA. O motivo alegado foi o descumprimento do edital.

A Excelerate Energy foi a única empresa a entregar proposta nesta segunda tentativa da Petrobras para arrendar o terminal.

A comissão de licitação da Petrobras entendeu que o descumprimento do edital ocorreu na inclusão de condicionantes na planilha de preços apresentada na proposta comercial, o que não estava previsto nas regras da concorrência.

“Dada a oportunidade de remoção da condição adicional, a empresa manteve seu posicionamento (…) Nesse sentido, a proposta apresentada pela Excelerate foi desclassificada durante a etapa de verificação de sua efetividade”, esclareceu a Petrobras.

A empresa ofereceu pouco mais de R$ 3 milhões de pagamento mensal, que poderia totalizar R$ 92 milhões para o contrato de dois anos e meio (30 meses).

Na ata da licitação, a Petrobras já havia antecipado o problema.

“A Petrobras avaliará as informações apresentadas e se posicionará através de circular”, dizia o documento.

A Excelerate Energy, sediada nos Texas (EUA), fornece e opera unidades flutuantes de regaseificação de GNL. No Brasil, têm um contrato de afretamento com a Petrobras para a FRSU Experience, instalada no terminal da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

Atualmente, o terminal de GNL da Bahia (TR-BA) tem capacidade autorizada para regaseificar 20 milhões m³/dia de gás natural. Localizado na Baía de Todos os Santos, em Salvador, está conectado à malha de transporte de gás natural.

O arrendamento inclui equipamentos para geração e suprimento de energia elétrica localizados no Terminal Aquaviário de Madre de Deus (TEMADRE), integrantes do TR-BA.

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Prazo de arrendamento do terminal foi reduzido

O acordo firmado pela Petrobras com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), em 2019, a empresa se comprometeu a arrendar o terminal em um contrato com duração até 31 de dezembro de 2023.

A demora na contratação, portanto, reduz o prazo total de vigência do contrato.

No edital de 2020, a vigência prevista era de 40 meses, caindo para 30 meses nesta segunda tentativa de contratação.

O prazo é uma base para apresentação das propostas, tendo em vista que o que vale é o prazo máximo, em 31 de dezembro de 2023.

No relatório mais recente da consultoria PWC, auditora que acompanha o acordo com CADE, consta a informação que a prorrogação da vigência levaria ao aumento de custos para a Petrobras, em razão dos contratos vigentes – os detalhes são sigiloso.

A consultoria, contudo, registra que a “compromissária [Petrobras] afirmou que este custo seria repassado para o arrendatário do TR-BA”, em caso de ampliação da vigência do contrato.

O acordo com o CADE prevê a venda de empresas de transporte e distribuição de gás pela Petrobras, similar ao que foi definido para o refino.

“O arrendamento está alinhado com a estratégia da companhia de melhoria na sua alocação do capital e da construção de um ambiente favorável à entrada de novos investidores no setor de gás natural”, disse a Petrobras, em nota.

Diversas empresas foram pré-qualificadas para a 2º concorrência:

  • Gás Natural do Brasil S.A
  • Bahiagás
  • Excelerate Energy L.P
  • Compass Gás e Energia
  • Repsol LNG Holding
  • BP Energy do Brasil
  • Total Gás & Eletricidade do Brasil
  • Eneva
  • Shell Brasil Petróleo e Shell Energy do Brasil Gás
  • Excelerate Energy Comercializadora de Gás Natural
  • CH4 Energia

Golar foi desclassificada da primeira licitação

Esta é a segunda vez que a Petrobras licita o arrendamento do TR-BA. Ano passado, a concorrência também terminou com apenas uma proposta, da Golar Power Comercializadora, que acabou desclassificada.

A Golar Power ofereceu R$ 130 milhões pelo arrendamento do terminal de GNL da Bahia, mas a Petrobras atribuiu à empresa um alto grau de risco de integridade (GRI).

A decisão foi tomada após o então presidente da Golar Power, Eduardo Antonello, ter sido alvo de uma operação da Lava Jato, por conta de sua atuação no passado na Seadrill, empresa de sondas de perfuração.

A investigação apura irregularidades em contratos de sondas de águas profundas fechados com a Petrobras.

De lá para cá, a Hygo Energy, antiga controladora da Golar Power no Brasil, foi vendida para New Energy Fortress (NEF), empresa dos EUA que assumiu a operação de GNL no Brasil em um negócio de US$ 5 bilhões.

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