A Equinor assinou contratos com a Petrobras para uso do Sistema Integrado de Escoamento de gás natural da Bacia de Campos (SIE-BC) e acesso à Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB) a partir de 1º de janeiro de 2024. Com isso, a companhia norueguesa vai poder escoar o gás natural do campo de Roncador, na Bacia de Campos, por meio da infraestrutura de gasodutos existente, que pertence à estatal.
Roncador é operado pela Petrobras, com 75% da concessão, e a Equinor detém 25% de participação.
Segundo a Petrobras, o acordo está em linha com a Lei do Gás, que prevê o acesso negociado à infraestrutura de modo a diversificar os atores na cadeia do gás natural.
A Petrobras também tem contratos de compartilhamento de infraestrutura na Bacia de Santos (SIE BS e SIP), no Polo Catu (BA) e no Polo Cacimbas (ES).
Gás de Roncador no Nordeste
Em fevereiro, a Equinor fechou um novo contrato com a Bahiagás, para venda de gás natural. A empresa norueguesa se comprometeu a fornecer 200 mil m3/dia firmes em 2023 e 50 mil m3/dia entre 2024 e 2025.
O contrato anterior entre as duas partes, para comercialização de 300 mil m3/dia, venceu em dezembro de 2022.
A norueguesa, sócia da Petrobras no campo de Roncador, na Bacia de Campos, já havia recontratado parte desse volume com a Cegás.
Pelos termos do contrato assinado com a distribuidora cearense, a multinacional se compromete a entregar 150 mil m3/dia firmes por dois anos, a partir de 2023.
Equinor está em Roncador desde 2018
Naquele ano, a Petrobras e a Equinor concluíram a negociação para o farm-in da norueguesa no projeto, em águas profundas da Bacia de Campos. A Equinor ficou com 25% de participação no campo e pagou à Petrobras US$ 2 bilhões.
Outros US$ 550 milhões contingentes foram acordados para serem investidos em projetos para aumento da recuperação do campo.
Roncador era o terceiro maior produtor de petróleo do país, superado apenas por Lula e Sapinhoá, campos do pré-sal da Bacia de Santos. Atualmente, de acordo com dados da ANP, ocupa a sexta posição entre os maiores produtores do país, com produção de 158 mil barris de óleo equivalente.
O acordo entre a Equinor e a Petrobras para aquisição de participação em Roncador já previa a opção para contratação de capacidade de processamento de gás natural no Terminal de Cabiúnas, para a empresa desenvolver o projeto do BM-C-33, área operada pela norueguesa onde as duas empresas já são sócias.
E acabou acontecendo
Em 2021, a Equinor anunciou que pretendia instalar um FPSO com capacidade para produzir 16 milhões de m3/dia no projeto. A unidade será interligada ao Terminal de Cabiúnas, em Macaé, a partir de um gasoduto submarino que vai se conectar a uma nova instalação dedicada de recebimento de gás, onshore, dentro do terminal.
Em setembro saiu a comercialidade de dois campos de gás natural na área do BM-C-33. Raia Manta e Raia Pintada têm volumes recuperáveis de gás natural e condensado de mais de 1 bilhão de barris de óleo equivalente, segundo a petroleira. A concessão está localizada a aproximadamente 200 quilômetros do Rio de Janeiro, em profundidades de até 2.900 metros.
Na última semana, assinou uma carta de intenções com a Azevedo & Travassos Infraestrutura para a construção do trecho terrestre do gasoduto e das instalações de recebimento de gás natural do projeto.
A Equinor opera a área com 35% de participação, em parceria com a Repsol Sinopec Brasil (35%) e Petrobras (30%). O investimento total do consórcio no projeto é de US$ 9 bilhões.