A Eneva venceu a disputa pelo Polo Urucu, na Bacia do Solimões, no Amazonas, superando a 3R Petroleum, que liderava a concorrência.
As informações foram publicadas pelo Brazil Journal e confirmadas pela epbr.
A Petrobras já comunicou a Eneva sobre o resultado, com o convite para início das negociações diretas para o contrato de venda dos campos.
Em novembro, a 3R Petroleum fez a maior oferta pelo Polo Urucu, com uma proposta de mais de US$ 1 bilhão. A Eneva fez a segunda maior oferta, de cerca de US$ 600 milhões.
Em uma nova rodada de ofertas, Eneva aumentou seu lance e a 3R Petroleum reduziu o valor da proposta, diz o Brazil Journal.
A oferta original de US$ 1 bilhão da 3R Petroleum acompanhou condicionantes que não foram aceitas pela Petrobras, levando a reabertura da concorrência.
De acordo com a publicação, a 3R Petroleum propôs a rescisão dos contratos de transporte do gás de Ururcu com a TAG (Transportadora Associada de Gás) e de distribuição com a concessionária do Amazonas, a Cigás.
Ainda segundo o Brazil Journal, a intenção da 3R Petroleum era melhorar a economicidade do projeto, com as mudanças nos contratos. Isso justificaria a oferta elevada de mais de US$ 1 bilhão.
Foi mais um revés em uma concorrência por ativos da Petrobras envolvendo a 3R Petroleum.
Em novembro de 2018, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a venda de Riacho da Forquilha, polo de 34 campos na Bacia Potiguar, para a 3R Petroleum por US$ 453,1 milhões, mas a operação não foi concluída.
O negócio acabou fechado com por um valor menor, de US$ 384 milhões, com a Petrorecôncavo, que assumiu os ativos por meio da divisão Potiguar E&P.
A Petrobras levou dois anos para vender Riacho da Forquilha.
A 3R Petroleum é uma operadora independente criada no Brasil para atuar na revitalização de campos maduros. Fez sua estreia com a compra, em 2019, do Polo Macau, também na Bacia Potiguar, com sete campos. O investimento foi de US$ 191 milhões.
De lá para cá, fez outras aquisições, abriu capital na B3 e se tornou uma holding que controla também os ativos da Ouro Preto Óleo e Gás, petroleira criada pelo empresário Rodolfo Landim para atuar com foco em águas rasas.
A 3R Petroleum é controlada pela gestora de private equity Starboard Restructuring Partners.
Eneva é será primeira produtora privada no estado
A Eneva é operadora, com 100% de participação, dos campos de Azulão, na Bacia do Amazonas, e de Juruá, no Solimões.
Juruá foi adquirido em leilão da ANP e está a cerca de 100km de Urucu. É um campo de gás natural que não foi desenvolvido pela Petrobras e acabou devolvido para União e relicitado.
Azulão, por sua vez, foi comprado diretamente da Petrobras e deve começar a produzir este ano. Eneva vai produzir e liquefazer gás natural na Bacia do Amazonas e transportar o combustível por caminhões até a usina Jaguatirica II, em Roraima.
Projeto integrado foi negociado no leilão de energia para atendimento ao sistema isolado de Boa Vista.
Polo Urucu é um dos maiores do país
Em junho de 2020, a Petrobras anunciou a venda do Polo Urucu, incluindo campos produtores de petróleo leve e do gás natural que atende ao sistema isolado de Manaus, no Amazonas.
Os campos, na Bacia do Solimões, estão entre os maiores produtores em terra no Brasil.
Além disso, a Petrobras está ofertando as quatro unidades de processamento de gás natural (UPGNs) e estações de tratamento e compressão, tanques de petróleo e esferas de GLP.
Os campos estão em área remota e possuem aeroporto, centro médico e bases de apoio logístico, todos colocados à venda.
São, ao todo, sete campos – Araracanga, Arara Azul, Carapanaúba, Cupiúba, Leste do Urucu, Rio Urucu e Sudoeste Urucu –, que produzem 16,525 mil barris/dia de óleo e condensado e 14,281 milhões de m³/dia de gás natural.
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