A Eneva anunciou nesta sexta-feira (26/2) que declarou a comercialidade do acumulação Fortuna, descoberta no Bloco PN-T-102A, na Bacia do Parnaíba. O campo vai se chamar Gavião Belo e tem estimativa de gas-in-place (VGIP) entre o intervalo de 9,45 Bcm (P10) a 4,49 Bcm (P90), sendo o volume médio estimado de 6,78 bilhões de metros cúbicos.
A empresa tem agora 180 dias para apresentar à ANP o Plano de Desenvolvimento da área. Mas já anunciou que planeja dois poços de extensão e 54 km de sísmicas adicionais para completar a avaliação da descoberta do projeto.
A empresa estima que a confirmação da descoberta na formação geológica Cabeças abre boas perspectivas para os sete demais blocos exploratórios que possui na região, onde é pioneira nos projetos de gas-to-power no Brasil.
“Esta é uma descoberta extremamente importante e com potencial de ser o segundo maior campo da Bacia do Parnaíba, desde o início das atividades em 2009. Em pouco mais de um ano, com a aquisição da área na Oferta Permanente em 2019, iniciamos a Avaliação da Descoberta e agora declaramos a Comercialidade, o que ressalta a capacidade técnica do time Eneva”, destacou o diretor de Operações da Eneva, Lino Cançado.
Bacia do Parnaíba
A Eneva possui agora 10 campos declarados comerciais na Bacia do Parnaíba, no Maranhão, sendo cinco em produção – Gavião Real, Gavião Vermelho, Gavião Branco, Gavião Caboclo e Gavião Azul -, e outros cinco em desenvolvimento – Gavião Preto, Gavião Branco Norte, Gavião Tesoura, Gavião Carijó e Gavião Carcará -.
A capacidade atual total de produção de gás da Eneva na Bacia do Parnaíba é de até 8,4 milhões m³/dia. Todo gás é usado para geração de energia elétrica dentro do próprio complexo, que tem 2,8 GW de capacidade instalada.
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Além do Maranhão
A Eneva está analisando investimentos em novos projetos termoelétricos a gás natural com capacidade de 5 GW, no Rio de Janeiro e Espírito Santo. São usinas que podem ser desenvolvidas com a importação de gás natural liquefeito (GNL) ou até mesmo com construção de infraestrutura para o gás nacional.
Um dos projetos é a usina termoelétrica Nossa Senhora de Fátima (1.355 MW ), em Macaé, no Norte Fluminense e desenvolvida pela Natural Energia.
A Eneva já tem autorização do CADE para aquisição de 75% da Nossa Senhora de Fátima e um acordo com a bp para fornecimento de GNL importado.
Amazonas
A Eneva é operadora, com 100% de participação, dos campos de Azulão, na Bacia do Amazonas, e de Juruá, no Solimões.
Juruá foi adquirido em leilão da ANP e está a cerca de 100km de Urucu. É um campo de gás natural que não foi desenvolvido pela Petrobras e acabou devolvido para União e relicitado.
Azulão, por sua vez, foi comprado diretamente da Petrobras e deve começar a produzir este ano. Eneva vai produzir e liquefazer gás natural na Bacia do Amazonas e transportar o combustível por caminhões até a usina Jaguatirica II, em Roraima.
Projeto integrado foi negociado no leilão de energia para atendimento ao sistema isolado de Boa Vista.
E está negociando com a Petrobras a aquisição do Polo Urucu, na Bacia do Solimões. São, ao todo, sete campos – Araracanga, Arara Azul, Carapanaúba, Cupiúba, Leste do Urucu, Rio Urucu e Sudoeste Urucu –, que produzem 16,525 mil barris/dia de óleo e condensado e 14,281 milhões de m³/dia de gás natural. As instalações de processamento incluem uma unidade de GLP, que produz 1,137 milhão de toneladas.
Além disso, a aquisição vai envolver as quatro unidades de processamento de gás natural (UPGNs) e estações de tratamento e compressão, tanques de petróleo e esferas de GLP. Os campos estão em área remota e possuem aeroporto, centro médico e bases de apoio logístico, todos colocados à venda.
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