RIO — As distribuidoras de gás canalizado do Nordeste pretendem realizar uma nova chamada pública coordenada para aquisição de gás natural no início de 2023. O objetivo é contratar volumes para fornecimento a partir do segundo semestre do ano que vem.
Com a compra em grupo, as empresas esperam diversificar a base de supridores e obter condições melhores de preços.
A iniciativa reúne Algás (AL), Bahiagás (BA), Cegás (CE), Copergás (PE), PBGás (PB), Potigás (RN) e Sergas (SE). Segundo fontes, as concessionárias estão avaliando o volume que cada uma vai comprar, além dos prazos de contrato e os pontos de entrega do gás.
Esta não é a primeira vez que distribuidoras do Nordeste lançam chamadas públicas coordenadas. A estratégia desse tipo de concorrência é dar escala ao processo – algumas empresas movem volumes inferiores a 1% do mercado, mas, juntas, conseguem atrair mais interessados.
Nordeste atrai novos fornecedores
O Nordeste é o mercado que, hoje, concentra o maior número de novos fornecedores de gás. Algumas distribuidoras da região já não dependem tanto da Petrobras — casos da Potigás e Bahiagás.
A concessionária baiana, por exemplo, conta com sete supridores além da estatal: 3R, Alvopetro, Equinor, Galp, Origem, PetroReconcavo e Shell.
Em paralelo à chamada pública conjunta, Bahiagás, Cegás e Potigás estão com processos individuais de contratação em andamento.
O cenário atual é adverso à contratação de gás. Falta molécula nova e produtores privados de gás nacional têm, hoje, menos volumes disponíveis para negociar com as concessionárias. Além disso, a tendência é de preços mais altos do que aqueles fechados em 2021.
Na virada do ano, contudo, alguns fornecedores ficarão com volumes descontratados e despontam como candidatas naturais das novas chamadas.
A Equinor, por exemplo, tem um único contrato de suprimento com a Bahiagás, que vence este ano.
A Shell também terá parte do seu gás descontratado na virada do ano, com a concessionária baiana.