A Compass Gas e Energia, do Grupo Cosan, foi a única empresa a apresentar propostas válida na licitação para aquisição da participação de 51% da participação do governo do Rio Grande do Sul no leilão de privatização da Sulgás.
Arrematou o controle da distribuidora pelo preço mínimo do leilão, de R$ 928 milhões.
A Sulgás tem 1.355 km de rede e atende a 42 municípios, com mais de 68 mil clientes.
A Compass também tenta concluir a aquisição do controle da Gaspetro, da Petrobras, mas enfrenta resistência de consumidores de energia no CADE.
O órgão antitruste ainda não emitiu um parecer sobre a aquisição.
A Gaspetro, por sua vez, detém os 49% restantes da Sulgás.
“[Compass] é um grupo forte e tenho certeza que seremos bem atendidos”, afirmou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
A própria Compass foi habilitada na chamada pública para suprimento de gás natural para 2022, aberta pelas distribuidoras do Centro-Sul (CP22).
Em junho, Shell, Compass, Gás Bridge, Petrobras, New Fortress, Trafigura, EBrasil, Nimofast e Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR) foram selecionadas para a fase de negociação.
Sobre a falta de concorrência, o BNDES atribui à maturidade do setor.
A venda do controle da Sulgás ocorre após a promulgação, este ano, da nova Lei do Gás, novo marco que promete atrair investimentos, com ampliação do acesso ao mercado, mas não é unanimidade.
“Cada segmento no Brasil está em um estado de maturidade distinto. O setor de gás está um pouquinho atrás nessa curva de desenvolvimento, acreditamos que em dois, três anos, veremos no setor de gás o que estamos vendo no setor de saneamento”, justificou o diretor do BNDES, Fábio Abrahão.
O banco de desenvolvimento foi responsável pela modelagem da privatização.
“Trata-se de um mercado com alguma complexidade e a própria empresa, com a sua natureza de governança que envolve a Gaspetro e um ambiente econômico ainda sob estresse”, afirmou Eduardo Leite.
O governador gaucho disputa a vaga do PSDB nas eleições presidenciais de 2022. Eleito em 2018, já privatizou as elétricas de distribuição (CEEE-D) e transmissão (CEEE-T) e pretende realizar o leilão da geradora CEEE-G ano que vem.