RIO — A CDGN, comercializadora de gás natural controlada pelo grupo MDC, está de olho no crescimento do mercado onshore como uma oportunidade de aquisição de gás para o seu portfólio e quer se posicionar como uma opção de monetização para os novos produtores independentes.
Nesse sentido, a companhia fechou um acordo para comprar o gás a ser produzido durante os testes de produção no bloco TUC-T-139 na Bacia de Tucano Sul, operado pelo consórcio Imetame e Energy Paranã na Bahia.
A presidente da MDC, Manuela Kayath, afirmou à agência epbr que a CDGN se vale de sua presença no mercado de gás natural comprimido (GNC) para se apresentar como uma alternativa de monetização para os novos produtores.
“Muitas vezes esses campos [adquiridos pelos novos players] não estão conectados à rede de gasodutos e, então, para a gente, é uma oportunidade estar comprando [o gás] para monetizar”, disse.
Na Bacia Tucano Sul, a companhia vai comercializar o gás do teste de longa duração (TLD) do poço 1-FCB-1-BA (Abundância).
“Isso tem um apelo comercial muito grande, ao monetizar o gás num período, em tese, de testes. E tem um apelo ambiental também, porque, em tese, [o TLD] estaria queimando o gás no flare”, comentou.
Assista na íntegra à entrevista de Manuela Kayath à epbr.
O TLD é uma etapa de avaliação de comportamento dos reservatórios e de seu potencial produtivo e serve para subsidiar a decisão do produtor de seguir ou não com a declaração de comercialidade de um novo campo.
O bloco TUC-T-139 é operado pela Imetame (30%), em sociedade com a Energy Paranã (70%), joint venture formada por EnP e Petres (Grupo InterAlli).
Novo campo pode produzir 400 mil m3/dia
O presidente da EnP, Marcio Felix, conta que a expectativa é que o TLD de Abundância se estenda até maio de 2023. A autorização, segundo ele, é para produção de 50 mil m3/dia.
“O reservatório mostrou, inicialmente, uma vazão maior que essa, mas temos que ver o seu comportamento ao longo do tempo”, disse.
A estimativa, destaca Felix, é que, uma vez comprovada a comercialidade da área, o novo campo seja capaz de produzir, comercialmente, 200 mil m3/dia em 2024 e até 400 mil m3/dia em 2026.
Durante o TLD, o gás será comprimido e distribuído pela CDGN. Ele afirma que o consórcio, no entanto, ainda não definiu a estratégia de monetização para esses volumes, durante a fase de operação comercial.
“Pode ser uma termelétrica, GNC, GNL, pode ser construído um gasoduto…”, comentou.