LYON (FR) — O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 131,1 milhões em financiamentos à Gás Verde, para implantação da primeira planta de recuperação de CO2 associado ao biometano no país, em Seropédica (RJ), e uma usina de produção do biocombustível a partir de biogás de aterro sanitário em Igarassu (PE).
Ao todo, serão investidos R$ 141,5 milhões nos dois projetos – R$ 51,3 milhões em Seropédica e R$ 90,2 milhões em Igarassu. Dos R$ 131,1 milhões de crédito do banco, cerca de R$ 89,3 milhões são do programa Fundo Clima, que visa apoiar empreendimentos que contribuem com a mitigação das mudanças climáticas.
A unidade de Seropédica reaproveitará CO2 da produção de biometano e o purificará para gerar CO2 verde, que é o dióxido de carbono gerado a partir de fontes renováveis.
A operação está prevista para começar em julho, e, a partir de agosto, deve alcançar a capacidade de produção de cerca de 100 toneladas por dia. Segundo a Gás Verde, seu CO2 terá grau de pureza suficiente para uso em bebidas e alimentos.
A planta será construída ao lado da maior usina de biometano da América Latina, que produz cerca de 130 mil metros cúbicos (Nm3) por dia da molécula, a partir de biogás gerado em aterro sanitário proveniente do aproveitamento de resíduos urbanos.
A unidade de Igarassu, por sua vez, terá capacidade de produção de 45.600 Nm3/dia e purificará o biogás proveniente do aterro sanitário Ecoparque Pernambuco para produção de biometano, que será comercializado para diversas aplicações.
“Os dois projetos estão alinhados às ações do governo do presidente Lula para a mitigação das mudanças climáticas: enquanto um deles aproveita economicamente o gás carbônico, capturando o subproduto que seria emitido como rejeito, o outro garante a produção de gás renovável, evitando emissões de metano, que tem potencial de aquecimento 25 vezes maior que o do CO2”, disse, em nota, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.