RIO — A Galp e a SCGás chegaram a um acordo para estender os prazos e aumentar os volumes previstos no contrato de fornecimento de gás natural entre as partes. No pico, o envio de gás da petroleira portuguesa poderá chegar a 800 mil m3/dia entre 2027 e 2032.
Em busca de alternativas à Petrobras, a distribuidora catarinense celebrou, em 2022, um acordo com a Galp, uma das principais produtoras do pré-sal, para aquisição de 10 mil m3/dia firmes até o fim de 2027.
Com o novo aditivo contratual, os números foram repactuados e a portuguesa se compromete a entregar volumes crescentes de:
- 60 mil m3/dia em 2023;
- 160 mil m3/dia entre 2024-2025;
- 650 mil m3/dia em 2026;
- e 800 mil m3/dia entre 2027-2032
O percentual do preço do petróleo ao qual o gás está indexado (fator Brent) foi definido em contrato em 12,5% até 2026.
A partir de então, a Galp passa a adotar uma fórmula mista de precificação, que mistura uma parcela fixa (de US$ 3,825 o milhão de BTU), uma indexação ao Brent (1,875%) e uma indexação ao Henry Hub (de 97,75%).
Galp mira contratos de longo prazo
Além da SCGás, a Galp tem contratos firmados com outras seis distribuidoras de gás canalizado: Bahiagás (BA), Cegás (CE), Gasmig (MG), ES Gás (ES), Potigás (RN) e Sergas (SE).
Ao contrário dos demais novos fornecedores, a empresa portuguesa tem privilegiado contratos de longo prazo.
Sócia da Petrobras em importantes campos do pré-sal, como Tupi, a Galp tem, entre os compromissos de longo prazo, contratos com:
- Sergas e Cegás até 2031;
- ES Gás e SCGás até 2032;
- e Gasmig até 2042
SCGás diversifica base de supridores
A distribuidora catarinense intensificou, em 2022, a busca por novos fornecedores de gás.
Além da Galp, a SCGás também fechou um contrato com a Tradener, para 630 mil m3/dia na modalidade interruptível. O gás a ser fornecido pela comercializadora é oriundo da Bolívia.
- Para aprofundar: Brasileiras buscam espaço para importar gás boliviano
Os novos contratos com Galp e Tradener fazem parte de um esforço da SCGás de tentar diversificar a sua base de supridores — hoje muito dependente da Petrobras, com quem entrou em litígio sobre os preços da molécula em 2022.
A distribuidora tem contrato, ainda, com a New Fortress Energy, para aquisição de 150 mil m³/dia por cinco anos, a partir da entrada em operação do terminal de GNL de São Francisco do Sul (SC). O projeto, inicialmente previsto para 2022, atrasou e deve entrar em operação em 2023.