Energia

França acelera programa nuclear e planeja construir 14 usinas

Além das seis que estavam previstas, governo vai propor instalação de mais oito plantas, com 13 GW de capacidade

França acelera programa nuclear e planeja construir 14 novas usinas, afirma a ministra da Transição Energética da França, Agnes Pannier-Runacher (Foto: Dean Calma/IAEA)
Ministra da Transição Energética francesa, Agnes Pannier-Runacher (Foto: Dean Calma/IAEA)

A França vai acelerar sua expansão energética e planeja construir mais 14 usinas nucleares, disse a ministra da Transição Energética francesa, Agnes Pannier-Runacher, em entrevista neste domingo (7/1) ao jornal semanal La Tribune Dimanche.

O anúncio confirma o plano mais otimista do presidente Emmanuel Macron, que anunciou a instalação de pelo menos seis usinas ao relançar o programa de expansão nuclear francês.

De acordo com a ministra, serão mais oito usinas, com 13 GW de capacidade instalada. O plano de expansão será incluído em um projeto de lei que será apresentado pelo governo ao parlamento francês.

O objetivo, segundo ela, é reduzir de 60% para 40% a participação dos combustíveis fósseis na matriz até 2035.

“Trata-se de libertar a França de sua dependência de combustíveis fósseis (…) Para diminuir nossas emissões de CO2 e proteger o poder de compra dos franceses, mas também para ganhar soberania. A invasão da Ucrânia nos lembrou o quanto é importante nos protegermos das incertezas geopolíticas, enquanto a energia se tornou uma arma de guerra”, afirmou.

Segurança do abastecimento

A proposta vai na contramão do plano anterior, que previa a redução da participação da energia nuclear na geração elétrica.

“O texto estabelece metas ambiciosas para a implantação de meios de produção de energia descarbonizada (nuclear e renovável). Ele rompe com a lei anterior, que reduzia para 50% a parcela da energia nuclear na matriz elétrica até 2025 [data prorrogada para 2035 em 2019]. Também lidamos com a proteção dos consumidores e a regulação dos preços da eletricidade, conforme o compromisso do presidente.”

Agnes Pannier-Runacher afirmou ainda que o plano prevê o investimento em energias renováveis e “controláveis”.

“Também quero garantir nossa segurança de abastecimento nos picos de consumo elétrico, o que implica ter um mínimo de energias controláveis, especialmente nuclear, hidrelétrica, biomassa ou armazenamento. Essas fontes de energia não dependem das condições meteorológicas, ao contrário da eólica e solar. Último objetivo: produzir mais eletricidade do que consumimos. E é aqui que precisamos massificar as renováveis.”