Fortescue anuncia US$ 6 bi para produção de hidrogênio verde no Ceará

Meta da empresa é começar as operações no Pecém em 2025 e produzir 15 milhões de toneladas de H2V até 2030

Fortescue anuncia US$ 6 bi para produção de hidrogênio verde no Ceará
MEMORANDO DE ENTENDIMENTO COM A FORTESCUE METALS GROUP COM A PARTICIPACAO DA SEFAZ, UFC, FEDERACAO DAS INDUSTRIAS DO CEARA E A VICE GOVERNADORA DO CEARA IZOLDA CELA, COM O OBJETIVO DE IMPLANTAR USINA DE HIDROGENIO VERDE. FOTOS: CARLOS GIBAJA/ GOV. DO CEARA TAGS: ENERGIA, SUSTENTABILIDADE, PORTO DO PECEM, HIDROGENIO VERDE

Com investimento de US$ 6 bilhões, a Fortescue Future Industries (FFI), subsidiária da mineradora australiana Fortescue Metals Group, vai construir uma usina de hidrogênio verde (H2V) no Ceará.

A FFI assinou um memorando entendimento com o governo do estado nesta quarta (7).

Como antecipado pela epbr, a usina vai fazer parte do Hub de Hidrogênio Verde, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. A meta da FFI é começar as operações em 2025. Globalmente, a companhia espera produzir 15 milhões de toneladas de H2V até 2030.

“Na FFI, nossa visão é fazer do hidrogênio verde a commodity de energia mais comercializada globalmente no mundo. Queremos impulsionar o uso da energia verde e a indústria de produtos, aproveitando os recursos de energia renovável do mundo para produzir eletricidade verde” afirmou a CEO da empresa, Julie Shuttleworth.

O presidente da Fortescue para a América Latina, Agustin Pichot, reconheceu o potencial significativo de energia renovável do Ceará.

“O Ceará tem infraestrutura portuária e localização estratégica. Este acordo permitirá a transição energética do Brasil para a descarbonização”, disse Pichot.

Ontem (6), a Qair Brasil também oficializou suas intenções de instalar um planta para produção de H2V e um parque eólico offshore no estado, com investimento total de US$ 6,95 bilhões.

A White Martins e a australiana Enegix também já possuem memorandos de entendimento para investimentos no Hub de Hidrogênio do Pecém.

O governo estadual busca parcerias para o desenvolvimento de uma cadeia de valor para o hidrogênio verde, se antecipando ao lançamento do Programa Nacional do Hidrogênio, cujas diretrizes estão em fase de definição pelo governo federal.

A iniciativa também conta com a participação de empresas de energia renovável atuantes no estado, que estão fazendo a ponte entre investidores interessados no hub e o governo.

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Investimentos em H2V e amônia verde

Líder global na indústria de minério de ferro, a Fortescue tem outras iniciativas na área de H2V, com o objetivo de alcançar a meta de zero emissões de carbono até 2030.

A companhia pretende começar a implantação, ainda este ano, de uma usina para produção de amônia verde — a partir do H2V — na ilha da Tasmânia, na Austrália, voltada ao suprimento do mercado do Japão.

Além disso, em março, a Fortescue já tinha assinado um memorando do tipo com o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, também voltado ao desenvolvimento de uma unidade de produção de H2V e amônia verde totalmente destinada para exportação.

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Cenário promissor para o Brasil

A demanda de hidrogênio irá passar de 90 milhões de toneladas em 2020 para mais de 200 milhões de toneladas em 2030, calcula o cenário carbono zero traçado pela Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês).

O estudo leva em conta a substituição do hidrogênio usado atualmente, feito a partir de combustíveis fósseis, por hidrogênio de baixo carbono — como o verde, produzido a partir da eletrólise com energia renovável.

E o cenário é promissor para o Brasil.

“O Brasil tem um enorme potencial para hidrogênio com baixo teor de carbono e já estamos vendo atores brasileiros assumindo papéis muito ativos no campo do hidrogênio verde”, disse Mechthild Wörsdörfer, diretora de sustentabilidade da IEA, durante o Fórum Ministerial do Diálogo em Alto Nível das Nações Unidas sobre Energia no mês passado.

Ela citou como exemplo a participação ativa do Porto do Pecém, no Ceará, na Coalizão Global de Portos de Hidrogênio (Global Hydrogen Ports Coalition) formada no mês passado, que pretende compartilhar informações para o desenvolvimento de projetos de hidrogênio ao redor do mundo.

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