RECIFE — Dezessete novos parques solares serão construídos no Distrito Federal, Minas Gerais e Ceará, através da FazSol, joint venture formada pela multinacional japonesa Shizen Energy e a incorporadora brasileira Espaço Y. O projeto foi firmado com a Órigo Energia.
Os empreendimentos devem somar, juntos, 33,4 MWp (megawatt pico) de capacidade instalada, com produção de 65 GWh anuais, o equivalente à eletricidade utilizada em 130 mil casas durante um mês.
MWp é a potência máxima em condições normais de irradiação dos paineis solares.
Com previsão de conclusão da proposta ainda em 2022, os parques serão distribuídos em quatro locais do Distrito Federal, dois no município de Vazantes (MG), além de onze nas cidades cearenses de Mombaça, Independência e Pedra Branca, no Ceará
De acordo com a FazSol, o repasse energético para os consumidores será realizado por meio de um sistema remoto de geração distribuída compartilhada. Através desse sistema, o cliente recebe desconto na conta referente à quantidade de energia gerada e, caso esse recurso supere o valor cobrado, o crédito pode ser usado nos meses seguintes.
“Com a conclusão desse negócio, a FazSol fica mais próxima de atingir um dos objetivos da Shizen Energy aqui no Brasil, que é o de ser um dos líderes no setor de GD e de energias renováveis. Nesse contexto, os dezessete projetos representam um aumento de cinco vezes em relação aos nossos empreendimentos anteriores”, afirma Bruno Suzart, country manager da Shizen no Brasil.
Projeções para 2022
Em 2022, os dez estados com maiores índices de potência instalada (MW), em gerações distribuídas, são Minas Gerais (17,2 %); São Paulo (13%), Rio Grande do Sul (11,8%), Mato Grosso (7%), Santa Catarina (5,3%), Paraná (5,2%) Goiás (5%), Rio de Janeiro (3,7%), Ceará (3,6%) e Bahia (3,3%). O ranking foi divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Com relação aos sistemas de microgeração (até 75 kW) e minigeração (entre 75 kW e 5 MW) implantados em residências, indústrias, comércios, propriedades rurais e prédios públicos, cerca de 1.081.618 unidades consumidoras recebem créditos pelo Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE).
Em janeiro, a Vivo inaugurou sua primeira usina de geração distribuída no Rio Grande do Norte. Construída com o Grupo Gera, a usina de fonte solar fotovoltaica ocupa uma área de oito hectares e deve gerar 4.905 MWh/ano para suprir o consumo de mais de 320 unidades da Vivo (lojas, escritórios, antenas e equipamentos de transmissão).
Já em Pernambuco, a prefeitura do Recife está investindo na instalação de placas solares em locais administrados pela gestão municipal para reduzir custos com energia, diante da escalada de preços. A iniciativa começou pelo Hospital da Mulher do Recife (HMR), em agosto passado, com a inauguração de uma usina solar fotovoltaica.
Com a aplicação de 728 módulos de 440 kWp na cobertura do centro hospitalar, a prefeitura estima que a unidade de saúde produza cerca de 40 GWh/mês, permitindo uma economia anual de aproximadamente R$ 240 mil e reduzindo a emissão anual de sete mil toneladas de CO2.
Também foi anunciada em novembro a seleção de 20 escolas do Recife para receber geradores de energia fotovoltaica. A gestão municipal também planeja estender a aplicação dos painéis solares para toda a rede de ensino da cidade em até quatro anos.
Minas Gerais também receberá um novo projeto, através da parceria entre a Shell Brasil e a Gerdau, que pretendem construir, a partir de 2023, um novo parque solar com capacidade instalada prevista de aproximadamente 260MWp.
A expectativa é que o parque forneça 50% do volume da energia gerada para unidades de produção de aço da Gerdau no Brasil, na modalidade de autoprodução. A outra metade deverá ser negociada no mercado livre por meio da Shell Energy Brasil, a comercializadora de energia da Shell.
A parceria poderá destinar cerca de 1/3 da capacidade total do parque solar. E a Shell seguirá buscando outros clientes de longo prazo, como autoprodutores, para o volume remanescente.