A ExxonMobil anunciou na segunda (31/1) a simplificação de sua estrutura. A partir de 1º de abril, a empresa será organizada em três linhas de negócios — ExxonMobil Upstream Company, ExxonMobil Soluções de Produtos e ExxonMobil Soluções de Baixo Carbono. Veja o anúncio
As divisões serão apoiadas por uma única organização de tecnologia, a ExxonMobil Tecnologia e Engenharia, e outros grupos de prestação de serviços centralizados.
O movimento aproveita a consolidação de grandes projetos em toda a corporação em 2019. E combina empresas químicas e de downstream, centralizando tecnologia e engenharia e outros serviços de suporte.
“Alinhar nossos negócios ao longo de cadeias de valor focadas no mercado e centralizar a entrega de serviços fornece a flexibilidade para garantir que nossos recursos mais capazes sejam aplicados às mais altas prioridades corporativas e nos posiciona para oferecer maiores retornos aos acionistas”, comenta Darren Woods, presidente e diretor executivo.
Segundo a companhia, a mudança faz parte da estratégia para construir negócios globalmente competitivos, de olho também na transição energética.
A ExxonMobil está a caminho de ultrapassar US$ 6 bilhões em economia de custos estruturais até 2023, em comparação com 2019, quando começou a simplificação da estrutura de negócios.
Entre as mudanças, o Upstream será consolidado em uma única organização, a ExxonMobil Upstream Company, que será liderada por Liam Mallon, ex-presidente da ExxonMobil Upstream Oil and Gas Company.
A empresa também está mudando sua sede corporativa de Irving, Texas, para seu campus ao norte de Houston. A previsão é concluir a transferência até meados de 2023.
Posicionamento na transição energética
Liderada Karen McKee, ex-presidente da ExxonMobil Chemical Company, a nova ExxonMobil Soluções de Produtos terá como missão reduzir emissões de gases de efeito estufa e resíduos plásticos, desenvolvendo produtos mais sustentáveis, como combustíveis de baixo carbono para o transporte comercial, incluindo aviação e marítimo.
O portfólio também prevê produtos químicos para descarbonizar setores como agricultura, saúde e energia renovável; além de lubrificantes e plásticos que melhoram a eficiência dos veículos tradicionais e elétricos.
“Uma colaboração mais próxima e o novo modelo de negócios simplificado permitirão que a empresa aumente o valor do acionista e posicione a ExxonMobil para o sucesso através da transição energética”, diz Woods.
A ambição é liderar o mercado em vendas de polietileno e outros produtos químicos de alto valor e ocupar a segunda posição de mercado em aromáticos, lubrificantes e aditivos de combustível.
E tenta atender à pressão de investidores por uma estratégia mais clara para o futuro de baixo carbono.
Em maio, o investidor ativista Engine No. 1 conquistou duas cadeiras no conselho da ExxonMobil, após ter questionado a estratégia climática da empresa.
Desde 2020, o Engine No. 1 solicita que a empresa diversifique gradualmente seus investimentos para migrar dos combustíveis fósseis para outras fontes.
Já a ExxonMobil Tecnologia e Engenharia terá como prioridades o desenvolvimento de novas tecnologias para reduzir significativamente o custo das reduções de emissões dos escopos 1, 2 e 3, e reduzir as emissões de gases de efeito estufa no nível de ativos; além aumentar os rendimentos e receitas da produção.
A divisão será liderada por Linda DuCharme, ex-presidente da ExxonMobil Upstream Integrated Solutions e ExxonMobil Upstream Business Development.
Shell também anuncia mudança de sede
Outra empresa do setor petroquímico que anunciou recentemente sua mudança de sede foi a Shell.
Em novembro do ano passado, a companhia decidiu abandonar sua estrutura de ações duplas e transferir a sede da Holanda para a Grã-Bretanha.
Na Holanda, a companhia vem enfrentando ações judiciais pelo impacto de suas operações sobre o clima.
Na esteira da transferência de sede, recentemente (em 21/1), a empresa anunciou também que vai retirar do nome o “Royal Dutch” – parte da sua identidade desde 1907. Dutch significa holandês, na tradução do inglês.
A companhia anunciou que não emitirá novos certificados de ações e que os já existentes continuam valendo.