Energia

Exxon desenha planta de hidrogênio azul em grande escala nos EUA

Início da operação é previsto para 2027-2028 e será integrado à maior fábrica de olefinas dos Estados Unidos

Exxon desenha planta de hidrogênio azul em grande escala nos EUA. Na imagem: refinaria e complexo petroquímico Baytown, da ExxonMobil, no Texas (Foto: Divulgação)
Planta terá capacidade estimada para produção de 27,8 milhões de toneladas de hidrogênio azul por dia (Foto: Divulgação/ExxonMobil)

BRASÍLIA – A ExxonMobil anunciou nesta segunda (30/1) um contrato de engenharia e design com a Technip Energies para sua planta de hidrogênio azul no complexo integrado de Baytown, no Texas, EUA. Com capacidade estimada para produção de 27,8 milhões de toneladas (ou um bilhão de pés cúbicos) por dia, a instalação está prevista para ser a maior do mundo.

Segundo a companhia, a decisão final de investimento para o projeto deve sair até 2024 – depende do apoio das partes interessadas, permissão regulatória e condições de mercado.

O início da operação é projetado para 2027-2028 e será integrado à maior fábrica de olefinas dos Estados Unidos para fornecer produtos com menor pegada de carbono.

Expectativa é reduzir até 30% das emissões de escopo 1 e 2 do complexo de Baytown, ao substituir o gás natural como fonte de combustível para a indústria.

O hidrogênio azul é feito a partir do gás natural, com captura e armazenamento de carbono (CCS, em inglês). Mais de 98% do CO2 associado à produção da petroleira na região será capturado e armazenado permanentemente, o que significa um volume de cerca de sete milhões de toneladas por ano.

A rede de captura e armazenamento de carbono desenvolvida para o projeto será compartilhada com outras empresas que também planejam aplicar a tecnologia de CCS à produção.

“Este projeto nos permite oferecer volumes significativos de hidrogênio e amônia com baixo teor de carbono para clientes terceirizados em apoio aos seus esforços de descarbonização”, disse Dan Ammann, presidente da ExxonMobil Low Carbon Solutions.

Diesel renovável no Canadá

Na semana passada, a companhia anunciou investimento de cerca de US$ 560 milhões de sua afiliada Imperial Oil, no Canadá, para construção da maior instalação de diesel renovável do país. O projeto na refinaria de Strathcona, da Imperial, deve produzir 20 mil barris de diesel renovável por dia, usando matérias-primas locais e hidrogênio azul.

A instalação faz parte dos planos da corporação até 2027 para investir aproximadamente US$ 17 bilhões em iniciativas de redução de emissões.

O novo combustível pretende ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa no setor de transporte canadense em cerca de três milhões de toneladas por ano, conforme determinado em acordo com o órgão de regulação de combustíveis do Canadá.

A Imperial firmou um acordo com a Air Products para fornecimento de hidrogênio de baixo carbono e está desenvolvendo acordos com terceiros para fornecimento de biomassa.

As obras já começaram e a planta deve produzir diesel renovável a partir de 2025.

CCS na petroquímica

A ExxonMobil também tem apostado na captura e armazenamento de carbono ao redor do mundo. Na Europa, a petroleira se uniu a outras três produtoras de óleo e gás do Mar do Norte em uma cooperação para CCS offshore em larga escala no projeto L10.

As petroleiras planejam compartilhar a infraestrutura existente e ter um projeto pronto até o final do ano para armazenar até cinco milhões de toneladas de gases de efeito estufa em campos na costa holandesa.

Nos Estados Unidos, a Exxon fechou o maior acordo comercial de CCS em outubro passado com a fabricante de produtos de hidrogênio e nitrogênio CF Industries.

O projeto, programado para entrar em operação em 2025, vai capturar e armazenar permanentemente até 2 milhões de toneladas de CO₂ por ano na Luisiana, localizado no Golfo do México, região produtora de petróleo.

Também nos EUA, a petroleira está firmando acordos na Huston CCS Aliance, uma iniciativa de empresas de energia e petroquímica para promover a tecnologia na área industrial de Houston.