EVEx Lisboa 2025

Taxonomia sustentável voluntária permite equilibrar regulação, diz professora da USP

Virginia Parente, especialista do Instituto de Energia e Ambiente da USP, explica como acordos voluntários fortalecem financiamento verde

LISBOA — A Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB), de adesão voluntária, como proposta pelo Ministério da Fazenda, é um primeiro passo importante na discussão sobre o financiamento verde no Brasil, na avaliação da professora do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), Virginia Parente.

Em entrevista ao estúdio eixos durante o EVEX Lisboa 2025, ela citou a importância de iniciativas voluntárias para equilibrar a regulação, ajustando-a conforme o mercado responde, sem imposições rígidas iniciais. Assista na íntegra acima.

“Então, num primeiro momento, você sente e faz os ajustes, e o próprio mercado propõe esses ajustes”.

“Tanto quem está utilizando esse recurso, como quem está investindo. Então, é um espaço onde há uma possibilidade maior de construção do que já se começar com exigência rígida. Então, é um primeiro passo, é importante, não deve ser o último, depois dele precisam vir outros”, comentou.

Taxonomia ajuda a blindar financiamento verde

A especialista acrescentou que taxonomias – normatização que define critérios verificáveis para projetos sustentáveis de modo a garantir credibilidade ao financiamento verde – são importantes para proteger os investidores e evitar práticas de greenwashing.

“Eles cumpriram as primeiras etapas, eles são verificáveis depois de feitos? E é possível comprovar que eles estão na direção correta? Todas esses fatores dão mais segurança para os investidores que colocaram recursos”, afirma Parente.

A professora explica que os investimentos voltados à eficiência energética e ao desenvolvimento de energias renováveis precisam atender a pré-requisitos claros, garantindo que, ao serem implementados, de fato promovam a substituição de combustíveis mais poluentes por alternativas menos agressivas ao meio ambiente.

“É preciso, então, que os países […] consigam fazer projetos que sejam críveis, que sejam verificáveis e que cumpram as metas”, disse.

Principais pontos da entrevista:

  • Adoção inicial de acordos voluntários permite ajustes regulatórios sem impor exigências rígidas.
  • Primeiro passo de taxonomia voluntária é importante, mas deve ser seguido por novas etapas.
  • Grande volume de recursos globais busca investimentos ambientalmente corretos.
  • Taxonomia de investimentos verdes é essencial para segurança dos investidores.
  • Projetos devem obedecer pré-requisitos para garantir financiamentos com juros favorecidos.
  • Projetos devem ser críveis, verificáveis e atingir metas estabelecidas para evitar greenwashing.
  • Eficiência de recursos energéticos, redução de perdas e implementação de tecnologias verificáveis são fundamentais.
  • Investimentos focam em eficiência energética, energias renováveis e substituição de combustíveis poluentes.

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