RIO — A SLB Brasil está “colhendo lições” da perfuração do primeiro poço na Margem Equatorial para a implementação nos próximos poços na região, disse o diretor-geral da companhia no Brasil, Thomas Filiponi, em entrevista exclusiva direto do estúdio eixos durante a OTC Brasil 2025, no Rio, na quinta-feira (30/10).
Segundo Filiponi, a preparação que a companhia precisou fazer para participar da perfuração na região foi individual, ao contrário das outras operações da SLB em campos das Bacias de Santos ou de Campos. A empresa precisou adaptar a logística, os tipos de equipamentos e os processos para a Foz do Amazonas.
“Nós estudamos toda a parte de subsuperfície para entender qual o melhor equipamento para fazer essa operação junto à Petrobras e acabamos enviando para lá o que a gente chama de Fit for Purpose, uma solução de equipamentos, sistemas de superfície e até de conhecimento técnico para fazer frente a esse projeto, que é um projeto complexo”, disse o CEO
Projeto-piloto de captura e acompanhamento de carbono
Em janeiro deste ano, a SLB assinou um memorando de entendimento com a FS Bioenergia para execução de projeto-piloto de captura e armazenamento de carbono em uma planta em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso.
A iniciativa funciona a partir da captura, compressão e estocagem do carbono oriundo da produção de etanol de milho. No momento, a companhia perfura o poço injetor e a previsão é que, até o final de novembro,inicie a perfuração do poço de monitoramento.
“A FS Bioenergia tem o objetivo de chegar a mais de 400 mil toneladas de capacidade para a estocagem de CO2, não só para deixar o etanol dela premium, mas também poder atuar na área de SAF (combustível sustentável de aviação) e depois fazer o que a gente chama de CCS as a service, ou seja, prover aquela área para as outras empresas se descarbonizarem, injetarem o CO2 lá”, disse Filiponi.
Principais pontos tratados pelo CEO da SLB Brasil
- Operações na Margem Equatorial: SLB já mobilizada com a Foresea no poço Morpho; início foi imediato após liberação do Ibama.
 - Logística e tecnologia: Equipamentos e processos adaptados à região, com soluções desenvolvidas junto à Petrobras.
 - Aprendizado e expansão: Projeto inicial deve gerar dados e lições para os próximos poços na Margem Equatorial.
 - Contrato em Búzios: SLB venceu licitação da Petrobras para fornecimento de completações hidráulica e elétrica, em contrato de R$ 1,5 bilhão.
 - Inovação e eficiência: Nova completação elétrica promete reduzir emissões e ampliar o controle em tempo real.
 - Transição energética: SLB amplia atuação com projetos de captura e estocagem de carbono (CCS) em parceria com a FS Bioenergia, no Mato Grosso.
 - Integração com ANP e Ibama: Projetos-piloto de CCS e BECCS avançam em diálogo com reguladores.