RIO — O Brasil precisa de um planejamento integrado entre os setores elétrico e de óleo e gás e isso não significa, necessariamente, contratar a energia mais barata de curto prazo, defende o CEO da Origem Energia, Luiz Felipe Coutinho.
Ao participar na sexta (24/10) do diálogos da transição 2025, evento promovido pelo estúdio eixos em parceria estratégica com a Firjan, Coutinho destacou que a soberania energética precisa ser valorizada dentro das políticas do setor. Assista na íntegra acima!
“O mundo está aprendendo que, a depender de quem se importa combustível, talvez você se meta no meio de uma guerra tarifária que tenha consequências muito piores para o país do que, eventualmente, importar um gás ou ter um estímulo de produção doméstica”, comentou.
O planejamento energético, segundo o executivo, portanto, passa por entender que “não significa contratar a energia mais barata de curto prazo, mas aquela que faça sentido no ciclo de investimento”.
“GNL [gás natural liquefeito] e gás natural têm o mesmo combustível, mas não necessariamente o mesmo preço em função de riscos políticos, riscos de soberania e diversificar estas fontes passa a ser fundamental”, completou.
Principais pontos tratados pelo CEO da Origem
- A transição virou revolução energética, movida por mudanças profundas nas matrizes globais.
- O mundo vive três fases: clima, segurança e agora soberania energética, diante de riscos geopolíticos e tarifários.
- O Brasil ainda foca só em carbono, enquanto o debate global já trata de autonomia e estabilidade de suprimento.
- Defende planejamento integrado entre óleo, gás, energia elétrica e políticas públicas.
- A volatilidade nos preços e oferta exige diversificar fontes e fortalecer a produção doméstica.
- O gás natural é ponte da transição, garantindo energia firme e crescimento econômico.
- Energia barata no curto prazo pode ser cara no longo, se não houver segurança e previsibilidade.
- Integração e estabilidade regulatória reduzem o custo de capital e atraem investimentos para o setor.