RIO — O pico de produção da parcela de petróleo que cabe à União nos contratos de partilha deve ocorrer 2033, com até 506 mil barris/dia, segundo projeções da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) anunciadas no Fórum Técnico 2025, nesta terça-feira (9/12). Assista na íntegra acima.
O volume considera a projeção otimista para o período. No cenário realista, o volume deve chegar a 499 mil barris/dia, enquanto no pessimista é de 492 mil barris/dia.
No ano passado, a PPSA projetava que a produção da União alcançaria o pico em 2030, com 543 mil barris/dia.
Segundo a Diretora Técnica da PPSA, Tabita Loureiro, um dos motivos para a alteração foi a redução do preço do barril de petróleo, além de aumentos de custos nos projetos.
As projeções divulgadas hoje (veja na íntegra em .pdf) consideram apenas os dez contratos comerciais até o momento no modelo de partilha da produção.
Loureiro lembrou, no entanto, que o portfólio da PPSA ainda pode crescer, dado que a ANP já divulgou que a próxima oferta permanente de partilha pode ter até 26 novas áreas.
“O Brasil precisa avançar em perfuração de poços exploratórios e novas fronteiras, também dentro do polígono do pré-sal, que ainda têm muitas oportunidades”, disse.
Já para o gás natural, a companhia indica que a parcela da União pode pode alcançar um pico de 3,82 milhões de m3/dia em 2034, também em um cenário otimista.
O volume é maior do que o previsto no ano passado. Em 2024, na visão mais otimista, a projeção era de um pico 3,5 milhões de m3/dia em 2031.
Arrecadação
Mesmo com as atualizações, a PPSA estima uma arrecadação potencial de R$ 518 bilhões para a União com a comercialização do petróleo e gás dos contratos de partilha de 2026 a 2035, considerando os cenários de referência.
No cenário otimista, a arrecadação pode chegar a R$ 575 bilhões no período, enquanto no pessimista o total é de R$ 464 bilhões.
Se acrescidos royalties e tributos, o valor chega a R$ 1,2 trilhão na projeção otimista.
Investimentos
A previsão é que os contratos de partilha vão gerar US$ 71 bilhões em investimentos entre 2026 e 2030.
Ao todo, estão previstos sete novos FPSOs, além da perfuração de 182 poços.
“A produção no brasil vai crescer porque a gente ainda está desenvolvendo os campos do pré-sal”, disse Loureiro.
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Principais assuntos tratados por Tabita Loureiro
- Atualização das estimativas de produção, contratos e arrecadação para a próxima década.
- Expansão da carteira, com 24 contratos e avanço para mais de 30–40 ativos após a oferta permanente de partilha (OPP).
- Entrada de novos parceiros, chegando a 16 grupos econômicos na partilha.
- Acordos de individualização da produção em crescimento, com 11 aprovados e nova fase de redeterminação em Mero e Atapu.
- Produção recorde, com 1,3 milhão bpd em 2025 e pico nacional de 4,8 milhões em 2028.
- Óleo da União em alta, atingindo 181 mil bpd e arrecadação acima de R$ 30 bilhões em 2025.
- Investimentos de US$ 70 bilhões, com novos FPSOs em Búzios, Mero e Gato do Mato.
- Avanço exploratório, com recorde de 7 poços e previsão de mais 6, além de 180 poços de desenvolvimento.
- Baixa intensidade de carbono, com média de 8,4 kg CO2e/boe.
- Projeções 2033, com 500 mil bpd da União, gás acima de 3,8 milhões m3/dia e R$ 1,2 trilhão para a sociedade.