RIO — Com a licença ambiental para a Petrobras perfurar um poço na Bacia da Foz do Amazonas aprovada, a perspectiva de novas fronteiras de exploração no país abre oportunidade para novos contratos e parcerias de longo prazo na indústria, disse o diretor de administração portuária e serviços do Porto do Açu, Vinicius Patel.
Em entrevista ao estúdio eixos na OTC Brasil 2025, na terça-feira (28/10), Patel afirmou que os compromissos de longo prazo podem ajudar a gerar uma onda de investimentos em fabricação e em desenvolvimento de infraestrutura e contribuir para que o mercado continue competitivo no Brasil. Assista na íntegra acima!
“Abre também uma luz, uma perspectiva de pensar, de uma forma mais ampla, como a gente pode tirar o melhor proveito para o desenvolvimento das nossas empresas, da economia nacional e, acima de tudo, gerar os benefícios sociais decorrentes desse desenvolvimento”, afirmou Patel.
O diretor comercial da Sistac, Ricardo de Luca, lembrou que a Margem Equatorial pode estender em três ou quatro décadas as atividades de petróleo e gás no país.
“E aí você consegue realmente investir e trazer capacidade de inovação e de infraestrutura para poder atender essa demanda futura”, completou de Luca.
Memorando de entendimento entre Porto do Açu e Sistac
O Porto do Açu e a Sistac assinaram, durante a OTC Brasil, um memorando de entendimento para estudar a oferta conjunta de serviços no porto, incluindo soluções para o descomissionamento de plataformas.
O acordo prevê o potencial para fornecimento de serviços para a etapa de pré-desmantelamento de plataformas e também inspeção, manutenção e reparo de estruturas.
O Açu tem, atualmente, cais com capacidade para atender simultaneamente a até três plataformas em pré-descomissionamento, com possibilidade de expandir para até dez unidades.
“A parceria integra a estratégia do Porto do Açu para abrigar o primeiro hub de descomissionamento sustentável do Brasil”, disse Patel.
Principais pontos tratados na entrevista
- Memorando de entendimento entre Porto do Açu e Sistac para serviços integrados.
- Demanda crescente no Porto do Açu: previsão de 8 mil navios em 2025, requer inspeção e manutenção submarina.
- Descomissionamento: serviços integrados no Açu com foco em retirada temporária, limpeza/descontaminação e ativo especializado sustentável: crescente demanda do setor e fortalecimento da cadeia nacional.
- Margem Equatorial como nova fronteira para serviços de óleo e gás, exigindo tecnologia e infraestrutura de longo prazo.
- Clusters industriais no Açu permitem competitividade global, exportação de tecnologia e serviços.
- Perspectiva de longo prazo: contratos duradouros e formação de mão de obra qualificada, impulsionando investimentos e sustentabilidade.
- Expectativa de expansão com nova fronteira: potencial para duplicar oportunidades e consolidar o Brasil como polo internacional.